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Ministério Público guineense investiga contrato do Governo para aquisição de arroz e vai ouvir ao Primeiro-ministro

O Ministério Público guineense quer ouvir o Governo sobre os contornos de um contrato recentemente assinado com uma empresa para o fornecimento do arroz à Guiné-Bissau, disseram hoje à Lusa fontes do executivo.

Na terça-feira, o Ministério Público, enquanto advogado do Estado guineense, notificou o primeiro-ministro, Geraldo Martins, para que esclareça os motivos pelos quais o Governo firmou contrato com uma empresa privada, “sem que tenha havido um concurso público”, para o fornecimento do arroz, a partir da Índia.

As mesmas fontes do executivo adiantaram à Lusa que o assunto deverá ser analisado na reunião do Conselho de Ministros, que decorre em Bissau.

O Governo guineense anunciou, no passado dia 22, ter rubricado um acordo com uma empresa privada para que passe a fornecer arroz ao país a preços favoráveis à maioria da população.

Na mesma ocasião, o primeiro-ministro guineense, Geraldo Martins, indicou que o seu Governo decidiu baixar o preço de um saco de 50 quilogramas do arroz da espécie trinca 100% partido de 22.500 francos CFA (34 euros) para 17.500 francos CFA ( cerca de 26 euros).

O arroz é a base da dieta alimentar dos guineenses e devido a um défice na produção local o país importa grande quantidade do produto do Vietname, China, Paquistão e Índia.

 

Preço baixado

Entretanto depois de ter decretado a fixação do preço do arroz em 17.500 Fcfa, há comerciantes guineenses, sobretudo no interior, que se recusam a seguir as ordens do Governo e baixar o preço do arroz, por receio de prejuízos.

Na semana passada, o novo Governo da Guiné-Bissau decidiu, na primeira reunião do Conselho de Ministros, baixar o preço do saco de arroz 100% partido, conhecido na Guiné-Bissau por “nhelem”, e um dos mais consumidos pela população guineense.

O executivo respondeu, assim, aos apelos da sociedade, que ainda se queixa do fraco poder de compra, devido ao aumento dos preços dos diversos produtos no mercado nacional.

O secretário-geral da Associação dos Consumidores de Bens e Serviços (ACOBES), Bambó Sanhá, aplaude a decisão governamental e espera que outras idênticas se sigam. “Louvamos esta iniciativa do Governo, que não se deve limitar ao arroz, mas que continue em relação a outros produtos, porque sabemos qual é a situação do mercado”, disse.

 

Sociedade civil louva Governo

“Esta [questão de arroz] é uma situação que entendemos que deve ser gerida da melhor forma para encorajar o Governo com a sua iniciativa de estabilizar o setor social, que é muito fundamental para o desenvolvimento”, adiantou ainda o responsável da ACOBES.

De acordo com as orientações do novo executivo, desde 23 de agosto um saco de 50 kg de arroz 100% partido passou a custar pouco mais de 26 euros, ao invés do preço anteriormente praticado, ligeiramente acima dos 34 euros.

Mas há comerciantes que continuam a resistir à redução anunciada pelo Governo. O presidente da Associação dos Retalhistas dos Mercados da Guiné-Bissau, Aliu Seide, argumenta que o preço anunciado pelo Governo só se aplica à futura importação, e não ao arroz que neste momento se encontra na posse dos comerciantes. Por isso, pede que o executivo esclareça a situação às populações.

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