Nacional Política

Deputados do MADEM detidos na chegada de Braima Camara por José Carlos Macedo e aliança PRS-APU impedida de fazer comício em Cossé

Está forte o ‘game’ nos actores do presente regime político na Guiné-Bissau. Numa semana em que ocorreram rupturas a todos os níveis entre o PRS, APU e MADEM, contra o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, neste momento o que está em curso é a demonstração de força. E o Presidente da República e a sua corrente, através do Ministério do Interior leva vantagem. O Secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo liderou a detenção de deputados e militantes do MADEM-G15 no regresso de Braima Camará hoje (3) a Bissau e impediu a Aliança PRS/APU de realizar comício popular em Cossé. Braima Camará em gritarias disse que está disponível para morrer e que há uma clara ditadura no país, enquanto o PRS fala em “cobra que se desceu crescer” e que agora faz mal a todos. Na região de Biombo a ala do PRS próxima ao PR, Umaro Siossoco Embaló fez um comício popular na tarde deste 3 de Fevereiro.
Mais ecos foram ouvidos no regresso do Coordenador do Movimento para Alternância Democrática (MADEM G15) no princípio da tarde de hoje ao país depois de algumas semanas em Portugal. O regresso de Braima Camará provocou a detenção de 12 pessoas, entre eles, o deputado Bamba Banjai, quando estava nas imediações do aeroporto a espera da chegada do líder do partido. Segundo explicações dos presentes no local, a detenção foi liderada pelo Secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo.
Acompanhado de agentes da Polícia de Intervenção Rápida (PIR), José Carlos mal chegou ao local, falou com Abel da Silva, Secretário Nacional do MADEM pedindo-lhe para que afastasse do local. Logo depois deste ter afastado, explicam as testemunhas, José Carlos Macedo deu instruções à forças de ordem para deterem os restantes presentes. E, eram ao todo 12 pessoas, com destaque para Bamba Banjai, neste momento deputado do MADEM em substituição de Marciano Silva Barbeiro no Círculo 29.
Bamba Banjai terá ainda lembrado a José Carlos de que ele era deputado e que não devia ser importunado que não fosse em flagrante delito, o que levou José Carlos a responder que, a ordem era para deter todos os presentes.
A verdade em tudo isso é que, Bamba Banjai, deputado da Nação, não só foi levado a força para o Ministério do Interior, como também pernoitou lá com alguns dos colegas. O objectivo de José Carlos era mesmo e conseguiu dispersar todos os militantes do MADEM que aguardavam a chegada de Braima Camará nos arredores do Aeroporto. Ao chegar e mal foi explicado da situação verificada, Braima Camará quase a gritar considerou que a situação que a Guiné-Bissau vive é intolerável pelo que não será permitida. “Chega. Isso é abuso do poder. Regressei para morrer no meu país, mas jamais isso será permitido. Chega. Isso é ditadura”, dizia a gritarias o Coordenador do MADEM a quem os colegas do partido tentavam impedir de dar declarações a imprensa.
Para não se sentirem escorraçados, os membros da Aliança PRS-APU ainda disfarçaram-se para supostamente participar num gamo (acto religioso), quando objectivo era um comício popular para denunciar o que chamam de atrocidades de Umaro Sissoco Embaló.

PRS e APU impedidos de fazer comício em Cossé
No leste do país, o PRS e APU que se juntaram recentemente numa aliança política alargada, queria juntar os seus militantes em Cossé (região de Bafatá) para realizar um Comício Popular e falar da situação política. A concentração até começou, mas a um dado momento, as forças de ordem apareceram e dispersaram todos. Quando os dirigentes da Aliança entraram a Cossé foram informados da actuação da Polícia o que provocou uma revolta. Um dirigente da Aliança disse ao UH que, o partido está agora a pagar a sua indecisão de há muito. “Sempre disse que não devíamos deixar o Sissoco fazer o que quisesse. Hoje, chegou a aqueles que o levaram ao poder”, comentou.

Dirigentes contra Fernando Dias fazem comício no Reino de Tór
Noutra perspectiva, os dirigentes que se consideram inconformados com o presidente interino Fernando Dias, encontram-se neste momento em Biombo, concretamente no Reino de Tór onde realizaram um comício Público. Para estes dirigentes, próximos de Umaro Sissoco, o PRS está numa deriva que precisa de ser salvo, antes que seja tarde. Certo é que, uma la a do PRS foi permitida fazer o comício e outra não.

 

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