Política

Cipriano Cassamá ataca às posições de Umaro Sissoco e critica a tentativa de rever à Constituição

O Presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau censurou algumas posições assumidas pelo Presidente da República nos últimos tempos. Cipriano Cassamá criticou severamente a criação da Comissão de Revisão Constitucional, bem como a criação da figura do vice-primeiro ministro. Sobre à Constituição da República, o presidente da ANP, Cipriano Cassamá, afirmou que, a revisão da Constituição cabe apenas e só ao parlamento do país e que deverá ser feita na próxima sessão parlamentar. No que refere, o vice-primeiro-ministro chamou de estranha essa figura, por isso, não foi aceite na Constituição da República.

“É bom sublinhar que a revisão da Constituição está outorgada, tanto na iniciativa como no ato de legislar, apenas e só ao parlamento”, disse Cipriano Cassamá.

O presidente do parlamento discursava na sessão de abertura da primeira sessão da X legislatura, que começou hoje e vai decorrer até 14 de janeiro.

Cipriano Cassamá lembrou que nos últimos 20 anos a Assembleia Nacional Popular realizou vários processos de revisão constitucional, mas as “circunstâncias históricas e políticas” acabaram por criar obstáculos à sua conclusão.

O presidente do parlamento disse que foi criada uma comissão eventual para a revisão constitucional, que integra não só as instituições de soberania, como a sociedade civil, religiosa e outras forças vivas da Nação, que já concluiu e entregado o rascunho de anteprojeto da revisão constitucional.

“Segundo o cronograma de atividades dessa comissão, vai seguir-se para a fase de divulgação e auscultação da sociedade política e civil do país”, disse Cipriano Cassamá.

“Estamos em condições de garantir a todos que na próxima sessão parlamentar vamos efetuar a nossa prometida revisão constitucional. Essa é a nossa determinação perante a prioridade definida para esta X legislatura”, salientou.

O presidente do parlamento informou também que as reformas da lei eleitoral, lei-quadro dos partidos políticos e do setor de defesa e segurança estão “em processo de conceção” e que “brevemente serão colocadas à disposição dos deputados para discussão e aprovação”.

A revisão da Constituição da Guiné-Bissau tem sido exigida pelos parceiros internacionais, incluindo a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que mediou nos últimos anos a crise política que se instalou no país.

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, criou uma comissão para apresentar uma proposta de projeto de revisão da Constituição, já concluída, que foi amplamente criticada.

Durante a primeira sessão ordinária, os deputados guineenses vão, entre vários assuntos, eleger o primeiro vice-presidente do parlamento, analisar a situação política do país, o ante projeto de revisão da Constituição e debater e aprovar o Orçamento de Estado de 2021. Lusa

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