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Geraldo Martins será Primeiro-ministro da Guiné-Bissau

Com a indigitação de Domingos Simões Pereira para ser candidato ao cargo de Presidente da ANP, ganha força a possibilidade de Geraldo Martins, vice-presidente do PAIGC, ser Chefe do futuro Governo da Coligação PAI Terra Ranka. Na hierarquia do partido, Geraldo Martins é primeiro 1º presidente e podia ter a sombra de Califa Seidi, mas isso não vai acontecer. O ex-líder de bancada, neste caso Califa Seidi, também já foi indigitado pela Coligação para ser 1º vice-presidente da ANP e pelos resultados existentes, tanto ele, como Domingos Simões Pereira, não terão qualquer dificuldades em verem aprovadas as suas candidaturas e consequentemente eleitos para as funções.

Com essas “barreiras hierárquicas” totalmente eliminadas, Geraldo Martins, ex-Quadro do Banco Mundial, vai ter a oportunidade de pela primeira vez liderar um Governo, ele que nas funções ministeriais, foi uma vez ministro da Educação Nacional e duas vezes ministro das Finanças.

Outra barreira que podia existir era o Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló que, durante a campanha eleitoral disse que jamais nomearia Domingos Simões Pereira ou Geraldo Martins para as funções de Primeiro-ministro, mesmo que a coligação vencesse com 102 deputados. Embaló já recuou da decisão e disse estar disposto não só a nomear, como a garantir total colaboração, para qualquer que seja dirigente que o partido indigitar.

No dia em que foram anunciados os resultados eleitorais (8 de Junho), o PR fez uma Comunicação a nação e uma das questões prioritárias foi esclarecer as suas afirmações relativamente a coabitação com o futuro Governo. Foi nessa ocasião que disse que, estaria disposto a nomear Domingos Simões Pereira caso a coligação o indigitar para chefiar o Governo.

Considerado um dos técnicos mais destacados do partido, Geraldo Martins foi um dos principais mentores da famosa Mesa Redonda que, em 2015 arrecadou cerca de 1.2 biliões de dólares para a Guiné-Bissau.

Na altura, os doadores entenderam assim que, os projectos de desenvolvimento apresentados pelo Governo, para além de terem fundamentos eram viáveis e decidiram adjudicar ao país aquele montante, cujo plano e formas de desbloqueios já haviam sido mesmo escalonados.

O montante em causa não foi aproveitado, porque, dois meses depois da Mesa, o então Presidente da República, José Mário Vaz derrubou o Governo liderado por Domingos Simões Pereira. “O país perdeu uma enorme oportunidade de ter um plano de investimento fundamentado, consistente, mas sobretudo aplicável”, comentou Domingos Simões Pereira no dia seguinte a demissão.

A chegada de Geraldo Martins vai reactivar certamente esse projecto e deverá ser um dos principais dossiers a serem atacados nessa primeira fase de governação.

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