A palavra de ordem é: “desenvolver-se com o Digital www.inss.gw e assegurar um sistema de segurança social sustentável em todos os domínios”, disse Keita. O DG elogiou a parceria estratégica com o NOSI e garantiu que para além de sustentável, será durável. De igual modo, reconheceu a coragem de quem iniciou o processo de Transformação Digital do INSS cujos resultados assistimos hoje.
Portal INSS (PI) – Sr. Diretor-geral, quando e como surgiu a ideia de conceber e executar este Projeto de Transformação Digital do INSS?
Fofana Keita (FK) – Os meus agradecimentos a equipa de comunicação do INSS pela oportunidade dada a Direção na minha pessoa, para falar deste que consideramos de importante Projeto para o desenvolvimento do sistema de Segurança Social na Guiné-Bissau. A Transformação Digital do INSS foi um Projeto de longa data e hoje a minha direção tem o privilégio de operar mais avanços. Em 2011 e 2012, o INSS em parceria com o NOSI já havia montado o primeiro Sistema Integrado, mas era mais virado para a prestação de serviço no domínio do atendimento. Quando cheguei como DG nos finais de 2023 encontrei, em cima da mesa, este dossier com algumas ações já desenvolvidas.
Na análise que fizemos do mesmo dossier, constatamos que havia um conjunto de problemas que dificultavam o trabalho do INSS face as necessidades dos contribuintes e beneficiários por falta da conclusão de outras fases ou pacotes do Projeto. Daí a decisão política de autorizar os técnicos do INSS ligados a área para me fornecerem todas as
informações necessárias para podermos retomar o processo da reestruturação e conclusão desta transformação digital do Instituto. O que mais estava em causa era a questão financeira. Por conseguinte, decidimos estabelecer a parceria com os bancos e seguir de perto todas as etapas necessárias. E, posso dizer que, esta Transformação Digital tem este avanço significativo, porque o processo negocial com o NOSI resultou em custos razoáveis para a dimensão do trabalho que se fez.
Com a conclusão do projeto estaremos em condições de gerir melhor a instituição e se transformar num dos melhores sistemas de Segurança Social no nosso continente. Neste momento, a única garantia que posso dar a todos é que, no dia em que terminarmos as restantes etapas deste Sistema Integrado, ele será muito bom, não só para o INSS, mas para o país em geral. Resumidamente, tudo será via digital e prestaremos melhores serviços aos Contribuintes, Beneficiários e todos os utentes que procuram os nossos serviços.
PI – As suas explicações deixam entender que se trata de um Projeto com muitas funcionalidades. O que é que o Projeto contém em termos de serviços a prestar?
FK – Como diz o nome, vai-se promover uma autêntica transformação Digital no trabalho do INSS. Primeiro, internamente e no capítulo da gestão, será quase tudo digital e Integrado desde administração, gestão de pessoal, finanças e património. E, o que é Sistema Integrado? É aquele que tem funcionalidades que permitem o atendimento, administração, contabilidade, gestão patrimonial, etc. Por outras palavras, todas as ações, operações que são executadas ou desenvolvidas pelo INSS estão integradas neste sistema. O modelo de gestão vai tornar-se mais seguro e fiável. Depois viramos para o exterior para garantir mais facilidade e celeridade no atendimento. Vamos ter tudo no sistema e quase todo o serviço prestado pelo INSS será acessível.
PI – Várias vezes os investimentos desta natureza feito nas instituições acabam por perder-se por falta de recursos humanos para a sua sustentabilidade. O que alguns podem questionar é, será que o INSS tem recursos humanos para executar quatro grandes mudanças operadas pelo Projeto?
FK – A resposta dessa pergunta é sim, mas permita-me explicar: quando a Direção decidiu reestabelecer a parceria com o NOSI para concluir o trabalho iniciado, levamos em consideração a questão dos recursos humanos. Porquê? Porque para a Direção, não adiantava ter o sistema tão evoluído, sem que se tenha quem o possa gerir. Foi neste sentido que assinamos um memorando de entendimento com o NOSI, através do qual de seis em seis meses, o INSS tem dez vagas para enviar os técnicos à Cabo Verde, para a formação ou capacitação no âmbito do programa NOSI Akademia. Por outras palavras, a parceria com o NOSI na conceção deste Projeto tem duas componentes. Uma ligada ao Sistema e outra à formação. Está bem patente no acordo, o envio de técnicos para a formação em alguns domínios de implementação do Projeto. Aliás, enquanto decorriam os trabalhos da conceção do Projeto, o INSS tinha dois técnicos na Academia do NOSI que fizeram seis meses. Tive a oportunidade de assistir o encerramento dessa formação e acompanhei as demonstrações daquilo que aprenderam. No momento em que procedemos o lançamento, também estão disponíveis seis vagas para formação mediante o teste de admissão. O que está no acordo é que, até o final do projeto, cada departamento do INSS terá técnicos para ocuparem-se de todas as ações dependentes. Mas para tranquilizar a todos, esta parceria vai persistir para todos os momentos de vida do projeto e todos os percalços que aparecem eventualmente serão técnica e internamente tratados.
PI – Vamos falar da perspetiva do INSS para o alargamento da cobertura, através do Projeto de Transformação Digital do INSS. Como pensam atingir mais Contribuintes e Beneficiários?
FK – A conclusão do Projeto terá vantagens em todos os domínios e o alargamento não seria exceção. Estaremos mais perto de quem está abrangido pelo sistema e aqueles que não estão, vão poder aproximar-se. E, permita-me falar de uma das funcionalidades que antes não havia referido: o portal. O Projeto de Transformação Digital contém um portal no qual vai-se estabelecer uma ligação permanente com os utentes. O Portal é uma ferramenta que vai permitir aos nossos Contribuintes e Beneficiários acompanharem toda a atividade do instituto, nomeadamente as concernentes aos seus deveres e direitos. Por exemplo, um Contribuinte vai poder entrar no Portal e pagar as suas contribuições e quotizações, assim como tratar de outros assuntos do seu interesse. Por outras palavras, o Sistema Integrado contempla conexão com os bancos e as finanças para permitir as operações das empresas/contribuintes sem necessidade de se deslocarem ao INSS ou as suas Delegacias Provinciais. Quando um Contribuinte pagar, o INSS vai ter acesso as informações e proceder a faturação. Outro aspeto não menos importante é em relação as farmácias. Em todas as farmácias com as quais temos acordo, vamos montar um sistema capaz de tratar, em tempo real, as receitas médicas prescritas para o tratamento recomendado.
PI – E os pensionistas, o que vão beneficiar com o Projeto?
FK – Para além da facilidade de acesso às prestações, os pensionistas vão poder fazer prova de vida sem se deslocarem ao INSS. Esta é uma vantagem, tal como constitui oportunidade para cada um, tratar dos seus assuntos com celeridade e facilidade. A solução para tudo aquilo que dificulta os nossos pensionistas, está incluída no pacote de Transformação Digital. Por exemplo, estamos a trabalhar na criação de um ATM (Caixa Multibanco) só para os nossos pensionistas e beneficiários. Isso vai evitar aos beneficiários de ficarem em longas filas de espera para o atendimento nos bancos. Mas atenção! Tudo aquilo que digo aqui, são realizações imediatas ou a curto prazo. Espero que, até o final do ano as pessoas possam assistir mesmo essas inovações sobre as quais estamos a falar.
PI – Considerações finais sobre o Projeto?
FK – Primeiro, damos garantias que, em relação ao NOSI vamos manter a parceria estratégica. Se no passado era negócio, hoje trata-se de uma parceria. Porque, através dos técnicos que estamos a formar por intermédio do NOSI, na eventualidade de conseguirem algum acordo com alguma instituição para a prestação de certos serviços de digitalização, os nossos técnicos podem participar na sua concretização. É o que temos no acordo. Mantenho a convicção de que, é para continuar, porque tanto para o INSS como o NOSI há um interesse comum que assim seja. No dia 28 de outubro, temos a Apresentação e a Entrega dos resultados do Projeto e o objetivo principal do ato é mostrar a sociedade a determinação do INSS em dinamizar as suas atividades. Queremos acima de tudo, ter um sistema mais seguro, mais fiável, mais sustentável, e facilitar as nossas atividades para garantir um melhor atendimento a todos. Em resumo, este Projeto vai assegurar a melhor prestação de serviços a todos. Mas permitam-me reconhecer, não só as ações dos meus antecessores como também a colaboração dos próprios trabalhadores/técnicos do INSS. Se os meus antecessores não tivessem feito algo, não estaríamos neste nível. Sem apoio dos trabalhadores, jamais poderíamos atingir os resultados que temos durante praticamente um ano de gestão. Por isso, o meu apelo vai no sentido de manter este espírito de colaboração e deixar de lado tudo que não seja prioritário para o INSS.
Direcção dos Serviços de Relações Públicas, Comunicação e Imagem do INSS
