O Coordenador do Movimento para Alternância Democrática (MADEM G-15) denunciou no princípio da tarde de hoje (26) que, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló disse a comunidade islâmica guineense que, ele (Braima Camará) foi o principal mentor do caso 1 de Fevereiro de 2022, que o regime qualifica de golpe de Estado. Braima Camará qualificou as afirmações do Presidente da República como sendo “uma estratégia para silenciá-lo e eliminá-lo fisicamente” e adverte que, “se um dia morrer” que todos saibam que, “deve-se a questões políticas”. Camará revelou ainda que, Umaro Sissoco Embaló lançou um sério aviso contra a sua pessoa quando, a título de exemplo, supostamente terá lembrado aos representantes da Comunidade Islâmica que, quem desafia um Presidente da República acaba morto e o exemplo mais patente foi Koumba Yalá, ex-PR da Guiné-Bissau e o ex-CEMGFA, Ansumane Mané em 2000.
A saída do encontro com o ministro do Interior, Braima Camará acompanhado dos responsáveis das organizações sociopolíticas do partido, revelou a imprensa que o mesmo tinha como objectivo denunciar a perseguição que os militantes e dirigentes do seu partido têm sido alvo, nomeadamente o deputado Queba Banjai e o activista e militante Queba Sané (vulgo, R Kelly). Segundo o Coordenador estas duas figuras estão a serem perseguidas pelo Ministério do Interior através do Secretário de Estado da Ordem Pública, por estarem em litígio com um outro dirigente do MADEM, Sandji Fati que defende às posições do Presidente da República.
“Bamba Banjai é um responsável de uma das estruturas do nosso partido. Fez um acto político em reacção a calúnias e difamações que um outro dirigente do MADEM proferiu e está a ser perseguido. O R Kelly esteve num pequeno comício no Sábado e logo a noite, homens armados foram a sua procura. Acho que isso não é democrático e não pode continuar a acontecer. Havendo restrições de acções políticas, deve ser para todos. Mas, uns não podem poder fazer e outros impedidos”, criticou. Ele informou que, o ministro respondeu não ter conhecimento de nenhuma dessas movimentações para deter os militantes do MADEM, mas garantiu que vai accionar os necessários mecanismos de segurança.
Num momento em que o MADEM; vive das piores crises da sua história, Braima Camará fez questão de deixar advertências a certas movimentações internas, alertando ser ele o órgão do partido com competência para falar em nome do partido, mas nunca perdeu de vista os motivos da presença no MI. “Estamos aqui para apresentar o nosso protesto, o nosso inconformismo formal junto do ministro. O que estamos a fazer aqui é exercer apenas aquilo que a Constituição nos confere enquanto actores políticos, cumprindo normas e princípios estatutárias. Neste momento estamos a assistir uma onda de perseguições, ameaças, e intimidações aos nossos militantes, vindas do Ministério do Interior. E como ele (o ministro) é titular da instituição e seu responsável político achamos pertinente informá-lo”.
Disse não ter dúvidas que a democracia e a liberdade de expressão estão a ser postas em causas, pelo que apareceram para que o homem guineense seja livre e respeitador das regras. “Neste momento há desigualdade de critérios; neste momento há filhos e enteados. Há uma perseguição aos nossos militantes Bamba Banjai. Depois de reagir as acusações de um político no círculo 28”.
Tacitamente Braima Camará ignorou José Carlos Macedo, militante do MADEM e Secretário de Estado da Ordem Pública que é responsável pela segurança, por estarem em litígio, por isso decidiram ir junto do ministro. “Esperamos que situações dessa natureza não volta a repetir. Havendo perseguição que seja para todos. Vamos respeitar. Mas uns não pode falar e outros não. Falaram de nós e não apresentamos queixas. Outros não podem estar a utilizar seus capotes para perseguir”.
Antes de denunciar as ameaças e intimidações do PR, Braima Camará garantiu que vai ficar no país e nunca virará costas ao povo. Ele disse que tem sido vítima de graves acusações, mas do PR proferidas no dia 25 de Fevereiro foi mais grave. Umaro Sissoco Embaló terá dito aos muçulmanos que Braima Camará está a ser perseguido, por estar a desafiar o Presidente da República. “Ele disse que o Braima Camará é autor número 1 do golpe de Estado de 1 de Fevereiro de 2022. Ao levantarem essa questão é porque tem uma estratégia de eliminação física. Tudo isso é falso. Fiz a campanha aqui e todos assistiram. Por isso, se um dia encontrarem cadáver no meu quarto, saibam que é por questões políticas”, denunciou.
Camará nega qualquer envolvimento com os militares e polícias e todos aqueles com que fala é mais no âmbito de boas relações. “Nunca fui a um quartel”, negou.