O ministro das Finanças disse à margem de uma conferência de imprensa no passado dia 13 de Setembro de que o país está sob forte ameaça de ver interrompido o fornecimento de energia (através do barco) por parte da empresa turca Karpower devido a uma enorme dívida contraída pelo executivo anterior. O risco, segundo o ministro, se deve a decisão do anterior Governo em assinar uma adenda contratual com a empresa fornecedora de energia para aumentar desnecessariamente 13 Megawatts que agora resultaram numa dívida insuportável. No dia seguinte a estas denúncias, o ex-ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té falou da aludida dívida e disse que, em 2020, quando assumiram à governação, estavam em dívida seis facturas que acabaram por pagar. Por isso, aconselhou o actual Governo a encontrar mecanismos para pagar a referida dívida, porque o estado é a continuidade de herança de passivos e activos, ao invés de estarem a colocar assuntos do Estado na rua. Quanto ao aumento de Megawatts, revelou que tal é justificada com a interrupção do fornecimento de energia em Safim e que provocou a revolta popular.
No dia em que convidou a imprensa para falar das finanças públicas herdadas pelo actual Governo, Suleimane Seide revelou que neste momento está em dívida uma factura de 17 milhões de dólares (cerca de 9 biliões de Fcfa) para pagar à Karpower.
Não havendo as condições financeiras para honrar o compromisso, Seidi prometeu q ue, vai diligenciar para renegociar a dívida reclamada e que tem agendada para quinta-feira uma reunião com a empresa, que está a cobrar energia que a população não consome, nem necessita. “A questão de Karpower é uma questão muito séria. O volume da factura e e a quantidade que todo o país precisa não batem. A quantidade que o país precisa para o consumo se situação a volta dos 21, mas vamos pagar facturas de 30 Megawats”, revelou o ministro.
Conforme o ministro, a situação resulta de uma adenda feita ao contrato inicial que quase duplica a quantidade de energia fornecida, de 17 megawatts para 30 megawatts mensais.
Num, exercício feito sobre essa clara subfacturação, o ministro Seidi revelou que, a quantidade de Megas acrescidas, correspondem a um pagamento de cerca de 8 meses. “Isso significa que está a pagar cerca de oito meses, que é faturado, mas não é consumido”, precisou o ministro, um especialista na fiscalidade.
“Foi esta situação que nos conduziu a termos faturas que a EAGB não conseguiu pagar e a termos essa situação quase de ameaça de corte de fornecimento de energia”, acrescentou.
O novo Governo, que tomou posse há pouco mais de um mês, está, segundo disse, “a diligenciar para negociar com a empresa” e já tem “um encontro agendado para amanhã (quinta-feira)”.
O ministro prometeu mais detalhes para depois da “primeira ronda negocial”, mas salientou que “a solução aqui passa obrigatoriamente por uma renegociação do contrato”.
“Fixar o contrato em valores que possam ser suportáveis e sustentáveis para a EAGB. Outra saída não vai haver”, vincou.
O fornecimento de energia elétrica é assegurado na Guiné-Bissau através de uma central flutuante (barco) de uma empresa turca, que presta este serviço a vários países africanos.