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Militantes do MADEM denunciam “cilada perigosa” da Presidência da República contra Braima Camará

Os militantes e activistas do Movimento para Alternância Democrática (MADEM) suspeitam de a Presidência da República da Guiné-Bissau estar por detrás da notícia do jornal português Expresso que denunciou o envolvimento do Coordenador do partido em negócios ilícitos e branqueamento de capitais.

Na notícia intitulada “As malas de dinheiro do senhor Camará”, o semanário português retrata a vida do político que colou-se ao poder há muitos anos e hoje não só influencia decisões dos governantes, como também “aproveita para fazer negócios ilícitos”. É nestes negócios que, segundo o Expresso transformou-se num homem rico, com bens e dinheiro em Portugal.

Belmiro Pimentel, militante do MADEM e activista político que também apoiou as posições de Umaro Sissoco Embaló em vários momentos, reagiu com estupefacção à notícia e apesar de a considerar “falsa”, afirmou não ter dúvidas do envolvimento do actual regime de Bissau para dificultar a vida de Braima Camará. Belmiro Pimentel, através de um directo nas redes sociais, defendeu que a única finalidade da polémica reportagem é denegrir a imagem de Braima Camará, por ser neste momento o político mais mediático na Guiné-Bissau. “Sabem que ele é futuro Primeiro-ministro e estão a fazer tudo por tudo para o travar”, disse.

Pimentel, que em várias ocasiões apareceu ao lado de Umaro Sissoco Embaló, como confirmam diversas fotografias oficiais, acrescentou no seu directo que “há muito que Umaro Sissoco Embaló desenhou uma estratégia política para aniquilar Braima Camará”, mas, “o Coordenador tem evitado o confronto”.

“Há muito que percebi as estratégias de Umaro Sissoco Embaló, mas o Coordenador teimou em não concordar comigo e com muita gente. Aliás, ele pediu para evitarmos denúncias contra Umaro Sissoco Embaló, porque o que quer é a paz e entendimento. Mas digo francamente que é preciso assumir este conflito. Com Sissoco as tréguas não são possíveis. Temos de lutar até ao fim”, vincou.

Belmiro Pimentel aparece neste processo como um dos militantes do MADEM mais revoltados e afasta qualquer hipótese de intervenção do Ministro do Interior e Presidente de PTG neste processo. “Botche Candé não conhece a importância nem o impacto de uma notícia no jornal Expresso. Não conhece. Não tem preparação para isso. Quem fez isso foi Umaro Sissoco Embaló através dos seus agentes e comparsas”, acusou.

Outro militante e activista do MADEM, Leopoldo Seddar Domingos, igualmente apoiante de Umaro Sissoco Embaló alegou que quem escrevera a notícia teria sido um dos Conselheiros de Umaro Sissoco Embaló, António Óscar Barbosa vulgo Cancan. “Dizem que é jornalista. Foi ele o autor da notícia de mentira que visa apenas denegrir a imagem do Coordenador”, disse Leopoldo Seddar Domingos.

Independentemente da veracidade das informações expostas na reportagem do semanário português, a notícia do jornal Expresso fez furor nos meandros políticos guineense, sobretudo no MADEM que já na próxima semana deverá realizar o seu Congresso, em que Braima Camará poderá ser o único candidato à sua sucessão.

Caso inédito, é a primeira vez que os militantes e activistas do MADEM afastaram qualquer hipótese de envolvimento do PAIGC, ou do seu líder, em ataques ao Coordenador do MADEM, neste caso com a publicação da reportagem do Expresso, num projecto que qualificam de cilada contra o Coordenador. “O Braima quando sentiu que não estava em condições retirou-se. Quando voltou somou pontos. Recentemente a juventude do MADEM fez um evento que teve muito impacto. O Braima convidou muitas figuras com influência em Portugal para participarem (no Congresso). Sabem que estas figuras neste momento estão a trabalhar para apoiar o MADEM nas próximas eleições legislativas, razão de todas essas mentiras”, denunciou Leopoldo.

 

Sissoco Também acusado

Num processo de acusação contra acusação, Belmiro Pimentel escreveu na sua página oficial do Facebook que quem está de facto envolvido em negócios ilícitos é Umaro Sissoco Embaló.

Como forma de viabilizar as suas operações, envolve-se em casamentos. Um dos exemplos citado por Belmiro Pimentel, são as supostas três esposas marroquinas de Umaro Sissoco Embaló. Para Belmiro Pimentel, as referidas esposas chegam à Guiné-Bissau no quadro de operações de branqueamento de capitais, levando o dinheiro para pagar casas que o Chefe de Estado guineense adquiriu em Marrocos. Curiosamente, são quatro as residências adquiridas em Marrocos, o número igual de que Braima Camará foi acusado de ter comprado em Portugal. “Estou disponível para não chegar à Guiné-Bissau até quando o Sissoco sair. Mas, doravante não vou parar de denunciá-lo”, prometeu Belmiro Pimentel.

 

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