Cerca de sete dezenas de jornalistas dos países da África, Ocidental, Norte e Madagáscar, encontram-se reunidos no Togo de 21 a 24 de Novembro corrente, para uma acção de formação sobre saúde infantil, a vacinação e a nutrição. O Fórum Regional dos Medias organizado pela Rede dos Jornmalistas em Matéria de Paludismo, Sida e Ambiente com o apoio do Fundo das Nações Unidas para Educação e Infância (UNICEF) sob lema: “Papel e responsabilidade dos média na promoção da saúde infantil, a vacinação e a nutrição em África”, vai discutir entre outros temas: ‘Ponto de situação da saúde neonatal e Infantil na África Ocidental e Central (AOC); os esforços para acelerar a redução na moralidade neonatal e infantojuvenil; saúde e o bem-estar dos adolescentes; VIH/Sida na AOC.
Fazem ainda parte de temas do Fórum, os cuidados primários de saúde e a saúde comunitária para o acesso equipável e qualidade dos cuidados; os desafios da vacinação contra doenças infantis na AOC; introdução de novas vacinas na programação de alargamento de vacinação; preparação de respostas às urgências públicas. No último dia, se vai debater temas como: a nutrição das crianças na AOC; Papel da sociedade civil e dos jovens na promoção da saúde infantil, a vacinação e a nutrição.
Na cerimónia da abertura dos trabalhos na manhã do dia 21 de Novembro, a ministra da Comunicação, Medias e Porta-voz do Governo considerou os jornalistas o maior vector de sensibilização capaz de mudar os dados catastróficos existentes no continente principalmente na AOC”, em matéria de saúde.
Segundo a ministra, para a promoção de saúde e ambiente, os jornalistas são a componente mais ideal, porque funcionam como “conector das sensibilidades”. “Quantos dos vossos leitores são educados pelos vossos cuidados sobre a importância da vacina como um dos meios mais eficaz e menos custoso para a prevenção das doenças? Sabiam eles, o papel crucial que este desempenha ma redução de mortalidade infantil? Estão informados que a vacinação incompleta é igual a falta de vacina, porque a saúde não se pode conceber parcialmente”, questionou a ministra Yawa Kouigan.
Ela acrescentou que, os ouvintes aprendem sempre nas ondas cartesianas que, a má nutrição pode provocar o atraso no crescimento provoca vulnerabilidade e facilita as doenças e deficiências cognitivas. “Os vossos telespectadores estão convencidos que a saúde infantil, a vacinação e a má nutrição estão estritamente ligadas a produtividade económica? E as crianças em boa saúde têm melhores performances escolares e conduzem a uma mão de obra qualificada e produtiva? E que isso está ligado ao crescimento económico”, insistiu a ministra.
Como forma de realçar o importante papel dos jornalistas em matéria de saúde, a ministra perguntou no seu discurso, qual é a parte que se ocupa de questionar os investimentos no domínio da saúde, o desenvolvimento dos sistemas de saúde da saúde, os programas de saúde ou ainda a sensibilização das comunidades sobre a importância da nutrição na grelha de programação dos órgãos.
“Vocês têm a nobre missão de fornecer a nossa população, informações fiáveis para a preservação da saúde das crianças. Vocês são parceiros incontornáveis para a mudança de comportamentos, a serviço da saúde infantil, e na sensibilização sobre a nutrição e vacionação”, considerou a ministra Yawa Kouigan, para mais adiante felicitar o engajamento que os jornalistas manifestam através da REMAPSEN e pela organização do Fórum. “Espero que seja o primeiro de uma longa e rica série de encontros dessa natureza”, frisou.
A Ministra disse acreditar que, o tema escolhido para o Fórum: “Papel e responsabilidade dos medias na promoção da saúde infantil, a vacinação e má nutrição em África”, é mesmo para reduzir o gap de informação pela produção de conteúdos de informações alinhadas sobre a problemática em discussão.
Crente no poder e acções dos jornalistas, a ministra sublinha no seu discurso que, o trabalho destes, num primeiro momento, deve ter a influência no desperdício de falsos conhecimentos e, num segundo momento, ser fonte de dados pertinentes e legítimo capaz de alimentar as análises e reflexões com vista a melhorar a saúde dos outros. “O quarto poder, tem o poder de fazer a diferença, utilizando braços e corpos a sua missão de informar, esclarecer e educar”, apontou a ministra.
“Muita coisa coisa precisa de ser melhorada na saúde materno-infantil”
Em números, falou a Representante residente da Unicef no Togo, Aissata Bá Sidibé. Começando a sua intervenção com a situação no Togo que, apesar de ainda persistirem alguns problemas, assegurou que a tendência é para melhorar, tendo em conta que a taxa de mortalidade materno-infantil tem baixado. “A taxa de mortalidade nas crianças de 0 a 5 anos caíram de 71, para 64,4% por mil nascimentos vivos de 2017 para 2020. Uma situação bem melhor da média constatada nos países de África subsaariana”, referiu Aissata Sidibé.
Para ela, a melhoria da saúde e má nutrição das crianças é uma causa que transcende as fronteiras, culturas e línguas. Requere da parte de tudo e todos, um engajamento “urgente e durável”.
“Os progressos consideráveis foram alcançados nestes últimos anos na África Ocidental e Central. Mas, muitas crianças continuam a sofrer de má nutrição de doenças evitáveis pelas vacinas, e da falta do acesso aos cuidados de saúde essenciais”, advertiu Sidibé.
Conforme disse, a África Ocidental e Central albergam 14% de crianças com menos de 14 anos de idade, mas ela suporta uma parte desproporcional do fardo da mortalidade infantil. Uma criança morre em cada 17 segundos, por causa evitáveis e tratáveis como paludismo, diarreia, ou as infecções respiratórias agudas. Em 2022, 6,3 milhões de crianças na região que não recebem todos os doses de vacina que lhes permitem proteger de doenças e mortalidades evitáveis pelas vacinas. Quase um terço das crianças dessa mesma região, sofre do atraso no crescimento, devido a falta de uma alimentação suficientemente diversificada e equilibrada. Na região do Sahel em particular, cerca de 2,4 milhões de crianças sofrem de emaciação (forma de má nutrição mais grave e letal)”, citou a representante.
Antes, em jeito de boas vindas, o presidente do Comité executivo da REMAPSEN, o marfinense, Youssuf Bamba, enalteceu a parceria entre a rede e a Unicef e destacou o importante papel que os jornalistas têm desempenhado no apoio às instituições no combate à doenças e protecção do ambiente.
Sabino Santos
Togo