O consumo de canábis pode alterar a resposta sexual feminina, concluíram investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) num estudo realizado em animais de laboratório.
No estudo, publicado na revista científica “European Journal of Neuroscience”, os investigadores avaliaram o “mecanismo de ação” do principal componente psicoativo da canábis, o THC, quando associado à presença de hormonas femininas (estradiol e a progesterona), avança esta terça-feira, em comunicado, a FMUP.
Citada no documento, a investigadora Susana Sá esclarece que a equipa demonstrou “como a desregulação do sistema endocanabinóide, causada pelo consumo de canábis, interfere com circuitos neuronais e altera o comportamento sexual feminino”.
“Estes efeitos secundários do THC são modulados pelo sistema endócrino”, acrescenta a professora da FMUP e investigadora do CINTESIS.
Segundo Susana Sá, o principal componente psicoativo da canábis atua sobre os neurotransmissores (glutamato e GABA) que são reguladores, podendo “ativar ou inibir os neurónios”. “O que se verifica é que o THC aumenta a ativação dos mecanismos que desencadeiam a resposta sexual, ao mesmo tempo que aumenta a inibição dos mecanismos que deveriam terminar esta resposta”, explica.