O ex-Primeiro-ministro e o ex-PR juntaram-se ao Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló na noite do dia 27 de Julho corrente para apelar o Coordenador do Movimento Alternância Democrática (MADEM G-15) a não levar avante às ameaças veladas que fez contra às forças ocultas no partido, sobretudo fulas e mandingas tribalistas e mentirosos que prometeu expulsar. Na reunião secreta que durou até altas horas, tanto Carlos Gomes Jr. como José Mário Vaz tentaram mostrar a Braima Camará e Umaro Sissoco Embaló que, uma confrontação neste momento pode ser o fim do projecto. Defenderam que, os dois devem, entender-se e permitir a continuidade tranquila da aliança. As partes saíram com promessas de entendimento, mas o nível de desconfiança, quase manteve na manhã do dia seguinte. É que, depois da reunião, Umaro Sissoco Embaló viajou para a Turquia e terá sido acompanhado pelo vice-Primeiro-ministro, Soares Sambú, um dos mais visados pela intervenção ‘energica’ do Coordenador do MADEM, Braima Camará. A confirmar-se essa deslocação, admitem os ciolaboradores de Braima Camará, será a manipulação de todo o consenso alcançado na reunião em, que participar JOMAV e CADOGO Jr.
O encontro de reconciliação entre Braima Camará e Sissoco Embaló até começou mal. Quando foi chamado por Umaro Siossoco Embaló e vindo do leste, Braima Camará teve privilégio de escolta com batidores. UH apurou de fontes da presidência que, aquela entrada quase vitoriosa foi considerada pelos colaboradores de Umaro Sissoco Embaló como sendo uma provocação, porque o Coordenador do MADEM, estará a afrontar as estruturas superiores, neste caso o Presidente da República.
O discurso musculado de Braima Camará causou um a inquietação no Chefe de Estado. Apesar de timidamente responder o ataque na segunda-feira, quando disse que o MADEM não é propriedade de ninguém e nem ele é ditador, a verdade é que Umaro Sissoco Embaló mostrou não estar preparado para confrontar o MADEM, pelo que convocou a reunião de reconciliação.
A reunião teve lugar, mas não mudou absolutamente Braima Camará bastante pressionado pelos seus seguidores, que consideram que está a perder o controlo do partido em detrimento de Umaro Sissoco Embaló, Soares Sambú e Botche Candé.
Em função dessa pressão, o Coordenador do MADEM considerando estar a ser alvo de muita intriga, ameaçou expulsar do partido fulas e mandigas mentirosos e bandidos, porque são eles é que estão a fomentar as divergências internas no partido.
Para os apoiantes de Braima Camará e como ele mesmo fez questão de denunciar há uma agenda de forças ocultas no MADEM que pretendem criar um partido de cariz meramente étnico, porque entendem que, os fulas são 40% da população da Guiné-Bissau. Após as denúncias, Braima Camará fez as ameaças no passado dia 25 de Julho em Bafatá durante a reunião da Comissão Política na qual disse que, o partido não tem problemas tribais, mas sim está a viver a consequência de ter militantes inúteis e oportunistas. Militantes que não fazem nada, mas querem tirar os proveitos do partido. “Porquê é que só eu é que continuo a investir dinheiro no MADEM, se os outros é que ganham”, questionou.
Entretanto fontes do MADEM alegam que, a viagem de Sissoco Embaló com Soares Sambú preocupa próximos de Braima Camará. Uma das questões mais debatida nas hostes do MADEM durante todo o dia 28 de Julho foi a viagem de Umaro Sissoco Embaló a Turquia.
Motivos da revolta do Braima Camará
O recente grito estrondoso do Coordenador do MADEM tem vários motivos. Dois são internos e que associam Soares Sambú e Umaro Sissoco Embaló e dois são externos e ligam Umaro Sissoco Embaló com Botche Candé. O primeiro motivo interno é que, Braima Camará sente que o MADEM é absolutamente ignorado neste processo pelo Presidente da República que anda a tomar decisões a volta do Governo e a fazer nomeações sem no entanto consultar a direcção do partido. O segundo motivo interno e que revoltou o Coordenador do MADEM é a figura de Soares Sambú, neste momento mais próximo ao Chefe de Estado. Braima Camará entende que, em conluio com Umaro Sissoco Embaló, Soares Sambú integrou o Governo como vice-Primeiro-ministro. E depois de integrar começou a fazer nomeações não só no seu pelouro como noutros sem levar em consideração a posição do Coordenador do partido.
O terceiro motivo é com Umaro Sissoco Embaló que, optou por Botche Candé, em detrimento do MADEM. Na recente deslocação ao interior, o ministro do Interior fez ofertas junto da população alegando ter sido mandado pelo Presidente da República. Braima Camará e seu staff são de opinião que quem deve fazer a ligação entre Umaro Sissoco Embaló e o povo é o MADEM e não Botche Candé. O MADEM aproveitou ainda para censurar a posição assumida por Botche Candé na Assembleia constitutiva do MADEM, onde como, Conselheiro de José Mário Vaz impediu certos militantes de participar no Congresso.
O quarto motivo é o Botche Candé ignorar o MADEM. Ou seja, é entendimento de Braima Camará que, mesmo se tivesse a missão do PR, Botche Candé devia fazer acompanhar de um dirigente do MADEM, tendo que eles é que deviam manter a ligação entre o Chefe de Estado e o Povo.
Fora do âmbito político, Braima Camará denunciou que os seus negócios estão a ser asfixiados por pessoas que querem retirá-lo o partido. Disse que pessoas que não citou nomes prometeram fechar todos os seus caminhos, para assim poder bajular. Foi daí que prometeu que, se custar vai vender mais casas suas, mas jamais ajoelhar-se-á a um homem.
Sabino Santos