Política

PRS suspeita que está a ser vítima de complô no seio da aliança governativa e ameaça romper o Acordo

O mal-estar na aliança governativa (PRS, MADEM e APU) parece ter atingido o nível insuportável. Os recentes ataques de activistas do MADEM contra o presidente do PRS, Alberto Nambeia, por causa do seu alegado encontro com Domingos Simões Pereira, presidente don PAIGC, vai ter às suas consequências e está cada vez mais eminente a saída dos renovadores do Governo. O PRS dispõe de uma longa lista de actos praticados pelos seus parceiros da aliança e que visa, segundo os dirigentes do PRS aniquilar o partido. Por isso e tendo em conta o silêncio cúmplice do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, a saída neste momento para dignificar o seu presidente e salvar o partido “é retira-se da aliança”.

Depois de conhecidos activistas do MADEM atacarem Alberto Nambeia sobre o suposto encontro com o presidente do PAIGC, os dirigentes do PRS recorreram ao passado para avaliar os actos praticados tanto pelo MADEM enquanto partido, como por Braima Camará seu coordenador, para salientar que tudo aquilo que fazem não passa de “traição a um parceiro”, mas sobretudo, “uma forma de fragilizar o PRS nos próximos embates eleitorais”.

O primeiro caso citado pelo PRS foram as estratégias de demonstração de inteligência do MADEM e APU, quando forçaram ao PRS a assinar um acordo em como as pastas de governadores regionais seriam partilhadas pelas três formações políticas. O acordo foi assinado por Certório Biote na ausência de Alberto Nambeia, presidente, mas quando este regressou reuniu com os dois líderes, Nuno Nabian e Braima Camará para denunciar o acordo com pretexto de que, o PRS não partilharia com aqueles nenhuma das suas Direcções-gerais.

Com este posicionamento, o PRS ensaiou várias vezes no Conselho de Ministros a nomeação dos governadores regionais, mas um ano depois, nem os parceiros da coligação e muito menos o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló facilitaram aquelas nomeações, o que faz com que neste momento as mesmas sejam administradas o pelos secretários.

No entanto, segundo os dirigentes do PRS, no sentido contrário, tanto MADEM como o Presidente da APU, Nuno Nabian faziam tudo a bel-prazer. Um dos exemplos citados pelo PRS é a questão da madeira, uma aliança entre Nuno Nabian e Braima Camará. Tal aliança é de conhecimento do PR, Umaro Sissoco Embaló, mas segundo o PRS não teve um posicionamento adequado, pelo que os dois contunuam a recolher a madeira ‘para Bissau e a exportar’. O Acordo que Nuno Nabian e Braima Camará estabeleceram, é que a madeira continua a ser exportada, e o PR Sissoco não diz nada. A questão de greve na Função Pública. Como o Governo bloqueou e por ser Siossoco quem preside o Conselho de Ministros, o PRS questiona é que fez.

 

Compra de deputados do PRS e pasta de energia para dissidentes do PAIGC

Mas os factos do PRS para demonstrar aquilo que chama de “esperteza dos parceiros da aliança” são vários. Um dos casos mais criticado pelo PRS são três biliões Fcfa disponibilizados pelio Ministério das Finanças para pagar uma suposta dívida de compra de terreno de Braima Camará, empresário e Coordenador do MADEM. Antes de evidenciarem os factos de aproveitamento de Braima Camará, os dirigentes do PRS dizem não terem dúvidas que, o próprio Nuno Nabian, enquanto Primeiro-ministro teve conhecimento e se não disse nada, é porque ele mesmo também beneficiou.

Quanto a Braima Camará, os responsáveis do PRS recordaram que, dias depois de receber o referido dinheiro, o Coordenador do MADEM disse na sede do partido que, a sua formação política seria primeira opção na Guiné-Bissau nos próximos tempos. Para o PRS, as afirmações de Braima Camará são provas de que estão a preparar para descartá-los.

Mas outros factos existem e revoltam de que maneira os renovadores. O PRS dispõe do registo de aproveitamento feito pelo MADEM e APU com cumplicidade de Umaro Sissoco Embaló. Trata-se do financiamento de géneros alimentícios destinado para o povo, mas foi usurpado para fins partidários. Em resumo, o PRS não sabe nada e nem subscreve que em momento de pandemia, os apoios sejam destinados para fins partidários.

O PRS denuncia que tem informações em como há um plano de corromper os seus deputados na próxima sessão parlamentar caso saírem da aliança. De iguial modo denunciam as pretensões de Umaro Sissoco Embaló em atribuir pastas sob dependência do PRS aos dissidentes do PAIGC.

 

Como é que conversar com Domingos Simões Pereira dá direito aos insultos?

Entretanto depois de conhecer todas essas movimentações suspeitas dos seus parceiros, o PRS decidiu confrontar o Presidente, Umaro Sissoco Embaló. A falta de reacção de Sissoco Embaló sustentou ainda mais as suspeitas que o PRS dispunha sobre a sua cumplicidade com as acções de Braima Camará e Nuno Nabian.

Na semana passada, circularam informações em como ocorreu no interior do país, um encontro entre o presidente do PRS, Alberto Nambeia e o do PAIGC, Domingos Simões Pereira. Não foi conhecido o objectivo do encontro, mas para certos observadores, pode resultar do mesmo uma nova aliança política que pode comprometer o poder actual. Antes de um pronunciamento público das partes sobre este encontro, as redes sociais, certos sectores próximos e alguns até identificados com o MADEM acusaram o presidente do PRS de falta de seriedade.

“O comportamento dos responsáveis do MADEM e a sua juventude é um autêntico egoísmo, porque querem a todo o custo impedir o partido ou seus dirigentes e andar com os seus próprios pés”, denunciou. Quanto aos sequestros por uso de palavra, o PRS defende que as pessoas sejam traduzidas por eventuais falhas, mas nunca agredidas como tem sido.

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