A recente audição au ex-Chefe do Estado-Maior da Marinha, José Américo Bubo Na Tchutu, no Ministério Público, pode não ter sucesso. O Ministério Público avançou com o processo de audição, sem no entanto fazer o devido trabalho que passaria pela intervenção da Polícia Judiciária (PJ) para aprofundar as informações recebidas de outras estruturas. Em função dessa preguiça investigativa, há um risco, mas sobretudo pouca crença no sucesso que a audição pode produzir.
O advogado de José Américo Bubo Na Tchutu já veio a público considerar de farsa, este processo, mas acredita que na audição do dia 18 de Março corrente tudo ficar claro, porque há uma enorme atrapalhação do Ministério Público. “Não queremos dizer muita coisa para não nos acusarem de violação do segredo dejustiça. Mas estamos a assistir coisas estranhas neste processo”, comentou Marcelino Intupé a saída da primeira audição que foi suspensa por alegada complicação de Bubo Natchutu.
O advogado não revelou mais pormenores sobre “coisas estranhas” que viu no processo, mas certo é que, UH apurou que, o Ministério Público pode comprometer não só o seu processo, como as instituições com quais trabalham.
O Ministério Público recolheu para a sua actuação trabalha com instituições financeiras e não financeiras. Dentre essas instituições entram os Bancos, organizações não-governamentais e nas estruturas do Governo CENTIF. Certo é que, algumas dessas organizações entregam regularmente relatórios e denúncias que são entregues ao Ministério Público.
O que se sabe é que, para o processo contra Bubo Na Tchutu, o Ministério Público avançou para audição sem no entanto investigar, invocando apenas fuga ao fisco, através do não pagamento de impostos, despachos dos seus bens etc…. “Que eu saiba, todos os relatórios que o Ministério Público considerar de importantes deviam ser investigados pela Polícia Judiciária. Infelizmente isso não aconteceu. E essa omissão, de não dar a Polícia Judiciária o trabalho de investigar, vai minar todas as possibilidades deste processo ter algum sucesso”, comentou um dos elementos de uma instituição que conhece o processo.
A não realização do trabalho necessário sobre os relatórios, fez com que as acusações do de branqueamento de capital tenham pouca sustentabilidade. Porque, conforme adiantou a nossa fonte, é impossível falar de branqueamento de capitais, sem no entanto falar dos crimes adjacentes. “E são estes crimes que a PJ podia investigar, baseando nos relatórios que recebeu. Infelizmente, essas acusações têm poucas probabilidades de produzir efeitos, porque, a fuga ao fisco que parece ser a acusação central nesse processo, pode não ter grandes impactos”, alertou a nossa fonte.
Entretanto, o que é verdade é que, os factos acusatórios à Bubo Na Tchutu não são nossos. UH tem informações em como, antes de Fernando Gomes, dois PGR’s, nomeadamente Bacari Biai e Ladislau Embassa já haviam recebido os relatórios.
“O que vai acontecer é que, muitas instituições vão ficar comprometidas. Porque os relatórios das organizações financeiras e não financeiras, citam certos bancos. Quando a acusação decidir confrontar os bancos, certamente que vão ficar mal colocadas”, lamentou a nossa fonte.
Apesar daquilo que considera de mau trabalho do Ministério Público, o nosso interlocutor, assegurou que, o ex-CEMA não é assim tão inocente, porque uma investigação de fundo pode trazer vários elementos. Contudo, adiantou que, não sabe se depois de todo esse falhanço se o MP estará em condições de corrigir as falhas. O processo judicial suportado pela Direcção-Geral das Alfândegas, DGCI e Fundo Rodoviário, só foi possível depois dos relatórios que consideraram de bastante duvidosas as movimentações do ex-CEMA. Segundo informações provenientes desta estrutura e já na posse do Ministério Público, depois do seu regresso, Bubo Na Tchutu fez um conjunto de movimentações financeiras sobre as quais, essa estrutura alimenta imensas dúvidas. Para o respectivo processo judicial era necessário algumas estruturas fazerem denúncias.