O Secretário de Estado e Coordenador do MADEM na região de Gabú revelou ter comunicado recentemente ao Coordenador Nacional do partido a cessação do seu apoio político a este. José Carlos Macedo assegurou ter tomado esta decisão depois de entrar em ruptura com Braima Camará, motivada pela interferência de familiares deste, no quadro da corrente crise política no partido. Disse que, nesta crise foi insultado pelos familiares do Coordenador do MADEM na presença do mesmo, o que lhe levou a concluir que já não vale a pena manter a ligação que ele considerava de familiar e que iniciou desde 2013. “Um dos irmãos do Braima, disse-me na presença do Braima que sou comprável. O sobrinho do Braima escreveu que é ele quem paga rendas para mim em Bissau. Agradeci tudo ao Braima, mas farei o meu caminho. A minha filha lendo aquilo, me pediu inclusive para deixar a política”.
Ainda sobre este assunto afirmou que, já não existe condições para acreditar no Braima Camará e mesmo se as pessoas lhes reconciliarem, haverá desconfiança entre eles.
Carlos Macedo falou ainda sobre a crise que envolve Braima Camará e Umaro Sissoco Embaló e declarou estar em causa apenas dois aspectos. O primeiro, é o facto de, segundo ele, Braima Camará deparar com dificuldades em aceitar Umaro Sissoco Embaló como Presidente da República, e segundo aspecto é a pretensão de ter o Chefe de Estado sob controlo, ou seja “geri-lo” como se diz. Pessoalmente, José Carlços Macedo acha ser extremamente difícil ultrapassar a corrente grave crise no partido, porque, como constatou “existe uma das partes que não está interessada em resolver os problemas” e um dos beligerantes, denunciou, “bateu no peito e confessou ter condições para enfrentar o problema”. Neste diferendo entre Braima Camará e Umaro Sissoco Embaló, José Carlos Macedo não tem dúvidas que: “quem tem cedido mais é o Presidente da República”, e adverte que “isto não pode continuar”.
Com uma intervenção contundente prometendo sempre que há de chegar o dia em que vai falar abertamente, o Secretário de Estado da Ordem Pública denunciou insultos e intrigas no MADEM incentivados pelos próprios dirigentes, tendo revelado que, neste momento estão a procura do Coordenador dos Quadros, Bamba Banjai, na sequência da queixa apresentada por Sandji Fati, devido às calúnias que proferiu e capazes de pôr em risco a vida deste e da família. “O que ele disse sobre Sandji Fati é grave e ele decidiu participar. Estados a sua procura e sabemos que está escondido. Mas será a novela futura, aguardem. Ouvimos as pessoas a dizerem que ele é deputado. Esqueceram que o parlamento foi dissolvido e encerrado. Onde é que se pode mandar documentos para pedir a sua comparência. Mas este assunto é para depois. O que quero que saibam é que, tudo aquilo que o Bamba Banjai e o R Kelly fizeram foi com o conhecimento do Coordenador. Deu 500 mil Fcfa ao Bamba Banjai e este 150 mil Fcfa ao R Kelly para insultar Sandji Fati. No caso de Bamba, os 350 mil restantes Fcfa não foram suficientes para todos os quadros dividirem e deu-se na polémica. Pergunto: como é que podemos ter um partido com activistas pagos para insultarem os dirigentes”, questionou.
Para já, existem questões que na óptica de José Carlos são inegociáveis, mesmo não sendo ainda decididas no interior do partido. A primeira delas é a possibilidade de dirigentes do MADEM sair do Governo. Uma condição reclamada pela JUADEM, com Conhecimento do Coordenador Nacional. “O procedimento mais correcto era Braima Camará rasgar a referida carta e não dirigi-la para análise nos órgãos”, comentou. Disse que não vão sair, porque porque não querem continuar a depender de Braima Camará. A segunda questão inegociável é o candidato nas próximas eleições presidenciais. Afirmou que, desde já quer que todos os dirigentes do partido saibam que, o seu candidato para às próximas presidenciais é Umaro Sissoco Embaló. “Conheço os Estatutos e sei que se deve escolher o candidato no Conselho Nacional. Mas da minha parte, a decisão já está tomada: o meu candidato é Umaro Sissoco Embaló e mesmo com esta decisão não fou deixar o partido”, frisou.
Nas recentes trocas de mimos entre os dirigentes do MADEM, Abel da Silva, Secretário Nacional disse dia 24 do corrente mês no Bairro Militar que op partido será organizado para evitar desordem. José Carlos Macedo respondeu afirmando que, aquelas afirmações não são dignas de quem é “dono do partido” e alerta que “no MADEM, a figura de expulsão, não existe”.
Em digressão no leste para recolher informações na qualidade de Coordenador do partido na província, mas também Coordenador dos Coordenadores, José Carlos Macedo, não obstante prometer que ainda tem muita coisa para dizer, abordou diferentes assuntos ligadas a vida do partido e manifestou a sua preocupação com o risco de divisão latente no partido. Macedo afirmou não ter dúvidas de que, todos os activistas que nos últimos tempos têm abordado0 assuntos do MADEM fazem-no com o aval da direcção.