O ministro do Interior acusou o ex-DAF do Ministério Mamadú Camará de ter apoderado de milhões de Fcfa de bens alimentícios e materiais que eram destinados ao Ministério e seus efectivos. Botche Candé que fala pela primeira vez do caso Moro, disse existirem muitos fundamentos para ele continuar na prisão, porque tomou para o proveito aquilo que estava destinado para todos. O ministro exigiu aos operativos do Ministério para ser mais activos nas suas acções e evitarem acções de instabilidade. Botche Candé achou estranho o facto do Ministério do Interior liderar duas tentativas de golpes de Estado no espaço de dois anos. Por isso pediu aos oficiais e seus soldados para “desmantelarem as tentativas de golpes de Estado”, como não se deve permitir que os cidadãos sejam raptados e espancados ou até mortos. “Ninguém pode dormir. Cada cidadão tem a obrigação de dormir tranquilo e circular como quer no seu país. O cidadão tem de saber que tem o Estado. E o Estado tem a obrigação de proteger os cidadãos. Os cidadãos devem respeitar os fardados”.
Sobre a proibição de marchas, Botche Candé confirmou que o documento posto a circular é de seu conhecimento. “Ouvimos as pessoas a afirmarem que o Ministério impediu PAI Terra Ranka de manifestar. Mas, é bom informar aqui que, um Movimento de apoio a Umaro Sissoco Embaló queria marchar. Temos documentos. Mas, sabendo que houve duas tentativas de golpe de Estado e os autores estão a monte a espera de um melhor momento para atacar. Por isso, como estamos a investigar, estando a criar condições para resolver isso, não haverá marcha”.
Nessa visita, o ministro falou na necessidade de reorganizar o Ministério, tendo assegurado que, os agentes da Polícia na qualidade de quem garante segurança a população, não pode nunca estar na condição de ilegalidade.
Na visita realizada a diferentes Esquadras de Bissau no dia 16 de janeiro acompanhado do Comissário, Comandante da Guarda nacional, Comissário da POP, do Secretário-geral e do Inspector do Ministério, Botche Candé fala na necessidade do cumprimento das recomendações do Presidente da República e do Primeiro-ministro. “O País precisa de tranquilidade e vocês devem fazer este trabalho. Evitar que as pessoas sejam raptadas e espancadas; evitar que as pessoas sejam agredidas em suas casas. Todo este trabalho é em prol do povo e o povo deve respeitar qualquer agente da Polícia” indicou o ministro.
Candé recorreu ao passado para sublinhar que, começou a trabalhar no Ministério muito jovem. Trabalhou como informante, antes de em 2001 chegar legalmente as funções do ministro. “Estamos aqui para vos apresentar os novos responsáveis do Ministério. Estes aqui, no passado estavam lá onde vocês estão como soldados. Hoje estão na posição de Chefes. Há um segredo apenas: disciplina. Com a disciplina o trabalho vai na direcção desejada e amanhã serão vocês os responsáveis do Ministério”.
Voltando a questão de golpes de Estado, Botche Candé afirmou que duas tentativas foram chefiadas pela POP e Guarda Nacional. “Mas isso não pode continuar a acontecer. Hoje vocês têm conhecimento e não podem estar a meter naquilo que o mundo condena. Golpe de Estado não. Espancamentos, não”. Ele assegurou que, os equipamentos foram colocados a disposição, o que faz com que, a responsabilidade de segurança seja acrescida.
Moro roubou
Uma das questões abordadas pelo ministro foi a resposta à denúncias da Liga Guineense dos Direitos Humanos sobre a recusa de acatar ordem judicial e libertar o ex-DAF Mamadú Camará, vulgo Moro, suspeito de desvios no fornecimento de alimentos no Ministério. A partida o ministro garante que a decisão de manter Moro na prisão está tomada e não deixará ser movido por qualquer pressão.
“Quando chegamos aqui como ministro, encontramos uma situação de um desvio enorme. O responsável desse desvio está na prisão. Depois de uma vasta investigação, recuperamos tudo aquilo que ele tinha subtraído e que devia pertencer aos nossos agentes. Estou a falar do arroz, óleo alimentar e demais géneros alimentícios que o Estado paga para serem fornecidas aos nossos agentes. Infelizmente Moro decidiu mandar aquilo para sua propriedade e está na prisão. Não podemos deixar Moro fora. Se quiserem continuem a insultar, mas vai continuar na prisão”, garantiu.
“Não quero falar sobre o caso Moro. Está na investigação e não quero falar. Mas, quem ver o resultado da investigação vai pedir desculpas. Agora, o que sei é que o arroz que pagamos e ele tira para o seu proveito ou familiar, mandando os seus filhos para a Europa. Dinheiro de 14 meses, mais de 300 milhões de Fcfa/mês. Como é que alguém pode ter a coragem de fazer isso, tirando proveito? Fizemos acareação entre Moro e o fornecedor e eles confirmaram que Moro levava sempre o resto. Quem quiser ajudar Moro como advogado que vá investigar e saber o que é que ele fez”, reforçou Botche Candé.
O ministro pediu aos operativos no sentido de garantirem segurança nas suas zonas de intervenção, de forma a cumprirem missão do Eastado. “Estamos contentes com orientação, educação, disciplina e Comando. Estou satisfeito. Agra resta entregar a vaca e um bocadinho de dinheiro que o PR e o PM me deram pra entregar”.