O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau disse no princípio da tarde de ontem que, qualquer político que sair a rua para perturbar o dia das Forças Armadas, vai ter uma resposta que jamais recebeu em nada. Biaguê Na Ntan reagia assim, as ameaças dos líderes da Coligação PAI Terra Ranka e API que, avisaram que, em caso de não marcação das eleições no intervalo de 72 horas, não haverá as comemorações do dia das FA. Os partidos acusaram ainda o CEMGFA de estar a promover militares como forma de mobilizar apoios para o regime. Na Tan assegurou em conferência de imprensa que, os militares guineenses neste momento estão “preparados para acção combativa”, pelo que todo aquele que sair a rua para perturbar, a resposta será implacável. “Ninguém será permitido perturbar o dia das FA”, avisou.
As declarações do CEMGFA foram severamente repudiadas por alguns sectores e próprios cidadãos, questionando para que servem as celebrações se o povo é cada vez mais martirizado por “um regime violento e antidemocrático”.
Uma das maiores críticas veio do Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé que, na sua página Facebook, escreveu que, fiel ao seu novo estatuto de constitucionalista de conveniência ao serviço de autoritarismo, o General Biaguê Na N´Tam decidiu declarar a guerra ao povo guineense. “Numa declaração encomendada com a finalidade de intimidar os cidadãos que pretendem apenas exercer um direito com dignidade constitucional, o General Biaguê anuncia “prontidão das FA para o combate” como se o país estivesse à beira de um conflito armado”, acrescentou Buibacar Turé.
Nas suas declarações em criou em sem direito a qualquer pergunta dos jornalistas, o CEMGFA utilizando uma linguiagem bélica, disse, cito: “quem quer parar a água, deve tapar a torneira”, fim da situação.
Biaguê Nan Tan afirmou que, ninguém será permitido perturbar o dia das Forças Armadas, porque foi muito bem preparado e as pessoas serão condecoradas com medalhas que ele mesmo exibiu na Conferência de Imprensa, ao lado de Mamadú N’krumah, vice-CEMGFA.
No dia seguinte as suas declarações, as ruas de Bissau foram inundadas por militares e Polícias em modo prevenção. Essa prevenção é reforçada pelas patrulhas conjuntas das FA, MI e das forças da ECOMIB no país.
Conforme Bubacar Turé no seu post, “estas declarações infelizes, para além de serem absolutamente inaceitáveis, são próprias de um chefe militar que perdeu noção da missão constitucional reservada às forças armadas”. “Recentemente, o General Biaguê Na N´tam ordenou de forma ilegal e abusiva as detenções de três Juízes Conselheiros do Tribunal Superior Militar, a mando do seu chefe. Igualmente, o General Biaguê Na N´tam foi o principal cúmplice dos assaltos criminosos a STJ e a ANP. Afinal, que militar republicano é o General Biaguê Na N´tam, quando ordena prontidão ao combate e dedos no gatilho para massacrar o povo desarmado”.
Nesta confrontação, a LGDH (uma das organizações da sociedade civil mais activas nos últimos tempos) não tem dúvidas que, “se o General Biaguê Na N´tam escondia atrás da cortina para escamotear a sua participação nas conspirações contra a democracia e o estado de direito, hoje, decidiu voluntariamente “levantar o véu”. “Sendo corresponsável da destruição da democracia na Guiné-Bissau, o General Biaguê Na N´tam é, doravante, um alvo da luta cívica para restauração destes valores”, rematou Turé.
Entretanto as declarações de Biaguê Na Ntan parecem não terem desarmado as lideranças políticas. No dia 13 de Novembro convocaram uma reunião das duas coligações para definir as estratégias para as marchas quie pretendem que ocorram durante três dias consecutivos.