Nacional Política

Deputado do MADEM G-15 chama Braima Camará de traidor e desafia o partido a sair do Governo de Iniciativa Presidencial

Mais um deputado do MADEM G-15 a atacar o Coordenador do partido. Trata-se de Secuna Baldé que, no dia 18 de Fevereiro no leste do país, acusou Braima Camará de ter traído um acordo que assinaram e de estar decidido a obstaculizar a candidatura de Umaro Sissoco Embaló para o segundo mandato, por aquele ser um fula. Numa intervenção com avisos à Braima Camará para todos os gostos, o deputado Secuna Baldé lembrou as promessas de Braima Camará de ter regressado para morrer no seu país e aconselhou-o a enforcar-se, mas jamais criaria chantagem por não ter recebido dinheiro.

Contrariamente à Braima Camará, Secuna Baldé disse que não há ditadura e que Umaro Sissoco Embaló ao chegar a Presidência da República tirou o país num buraco, onde “rapazinhos da sub-região” decidiam através de telemóvel o que devia ser feito na Guiné-Bissau. Baldé aconselhou Braima Camará a vergar-se para a reconciliação, porque caso contrário será obrigado a falar e quer que as pessoas lembrem, que ele tem muitos segredos.

Relativamente a ditadura, Secuna Baldé pergunta, porque razão é que o MADEM continua a fazer parte de um Governo de ditadura. “É uma incoerência”, disse, denunciando que havendo a ditadura é no MADEM. “As pessoas trazem documentos de fora e obrigam os militantes a votar”, denunciou.
Num encontro em Mafanco e Sonaco destinado a esclarecer o diferendo de momento entre o Presidente da República e a Direcção do MADEM, particularmente o seu Coordenador, Secuna Baldé convidou a todos no sentido de criarem Movimentos de apoio ao segundo mandato de Umaro Sissoco Embaló. “Existem pessoas em Bissau a semear intriga. E outro dirigentes à fomentarem. Mas, aviso. No dia em que vamos dar resposta não será bonito. O nível de intriga no MADEM ultrapassa tudo. Afinal, o PAIGC tinha razão”.
“Umaro é um querido pelo Povo. A maioria dos guineenses o quer. Se isso é verdade, a Direcção do nosso partido não pode impor nada aos militantes. Fomos convidados aqui para vir assistir a apresentação do Movimento de apoio ao segundo mandato de Umaro. Como é que a direcção do nosso partido pode insurgir contra isso? Só porque é Umaro? Então não vamos aceitar isso”, alertou com concluindo as afirmações no dialecto fula.
Aliás, a intervenção de Secuna Baldé teve uma carga excessiva de insinuações étnicas. Segundo disse, no passado, quando Serrifo Nhamadjo, ex-PR de etnia fula, chegou às altas funções, foi fortemente contestado. A seguir, conforme a sua cronologia, Bacirto Djá foi alvo de contestação. “Neste momento, quem está a ser alvo de contestação é Umaro Sissoco Embaló, só porque é Umaro. Não vamos aceiotar. Somos felizes da nossa origem”, afirmou.
Sem nunca perder de vista o comportamento de Braim Camará, Secuna Baldé recordou a criação do MADEM e o seu posicionamento na altura. Disse que, quando se criou o MADEM, ele era presidente de uma formação política. No entanto, abandonou para se juntar a Braima Camará no MADEM.
“Houve período que o Coordenador do MADEM ficou 9 meses fora do país. Fiz parte do grupo que foi buscá-lo para regressar. Quando certas pessoas esconderam, fui buscá-los. Portanto parem de mandar as pessoas para insultarem, porque se não será feio”.
Foi com esta carga que chamou depois Braima Camará de traidor e incumpridor das promessas. “Quando ele decidiu regressar, tivemos uma conversa. Na altura eu era funcionário da embaixada em Cabo Verde. Lembro-me lhe ter dito que não queria deixar a diplomacia. Insistiu para voltarmos com base num acordo. Ele não respeitou este acordo. Portanto, foi ele o primeiro a trair-me”, denunciou Seciuna Baldé.
O MADEM tem um manancial de problemas, mas aquele que neste momento está a dominar é a questão da criação de mpovimentos de apoio ao segundo mandato de Braima Camará. Na óptica de Secuna Baldé, está-se perante “um não assunto”. “Criem movimentos. Quando tomaram, essa decisão de proibir a criação de Movimentos de apoio no Conselho Nacional, fomos analisar os nossos estatutos e vimos que nada está proibido. Portanto, o que fizeram foi pagaye (termo francês que significa desordem)”. “Somos legalistas. Vamos criar Movimentos e oremos criar e integrar movimentos”.
Ele chegou mesmo a acusar Braima Camará de querer ser candidato à Presidência da República o que levou-lhe a adoptar toda esta postura. “Se ele quer ser candidato que seja. Não precisa de criar problemas. Mas não pode estar a obstaculizar. Nunca interferi na relação entre Umaro e Braima. Mas, quando vai criar problemas no país, vou meter doa quem doer””.

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