A Frente Comum dos diferentes sindicatos da classe docente guineense denuncia a existência de salários atrasados dos professores do novo ingresso e revela a situação caótica em que estes se encontram nos diferentes pontos do país. os sindicatos acham ainda estranho o Governo avançar para o recenseamento, sem contar com a UNTG, a central sindical que denunciou a disparidade entre os bancos de dados da Função Púbica e das Finanças.
Sene Djassi falava esta terça-feira 26 do corrente numa conferência de imprensa realizada na sua sede nacional da organização disse que a sua instituição já desencadeou uma série de encontros com o Ministério da Educação Nacional, com o Primeiro-ministro e com o Chefe de Estado, mas continuam sem solução desse problema, a todos os títulos, grave.
“No dia 04 de Abril tivemos um encontro no Ministério da Educação para pedir a informação sobre o porquê do não pagamento de professores novo ingresso há sete meses. Fomos informados que o Ministério já fez a sua parte no processo, porque lançou o concurso; seleccionou os apurados e colocados; entregou no Ministério das Finanças os respectivos dossiês incluindo as contas bancárias e códigos. Depois disse, segundo eles, cabe finanças proceder o pagamento. E nós acolhemos com todo o respeito essas informações”, revelou Sene Djassi.
Aquele responsável sindical informou que, depois daquele encontro com os responsáveis do Ministério da Educação, a Frente Comum redigiu uma carta ao Primeiro-ministro e foram recebidos no dia 13 do corrente. No encontro, conforme Djassi detalharam os problemas que afectam o sector da educação, com ênfase para o problema dos professores do novo ingresso que estão a passar fome.
“Naquele encontro o Chefe de Governo ficou sensibilizado e prometeu que a situação estaria resolvida com urgência. Disse mesmo que até na passada terça-feira (26), mas até então nada. Estávamos à espera de uma situação mais esclarecedora por parte de Nuno Gomes Nabiam, mas infelizmente. E mais, depois de Nuno Nabian, pedimos um encontro com Chefe de Estado a quem solicitamos para que usasse a sua magistratura de influencia para resolver a situação”, afiançou o presidente da Frente Comum.
Sene Djassi indicou 10 de maio como data de limite para a entrega de um pré-aviso de greve. Para efeito, Djassi responsabiliza o Governo pelas futuras consequências que poderão advir da greve nas escolas publicas.
Os sindicatos exigem ainda do Governo o esclarecimento cabal da aplicação de Estatuto de Carreia Docente e dívidas relacionadas com a carga horária. “Se as nossas preocupações não forem satisfeitas, o mês de maio será um mês de greves”, prometeu.
Em relação ao recenseamento que decorre neste momento, a Frente Comum mostrou a sua estranheza em relação ao processo. “Em tempos, a UNTG revelou a diferença na base de dados de Função Pública e de Finanças e pelos vistos, tinham razão. A perguntas que se coloca, porquê é que a UNTG não foi convidada para acompanhar o processo”, questionou Sene Djassi.
O porta-voz denunciou o comportamento maléfico de alguns inspectores que impedem o recenseamento de alguns professores, só por terem aderido greve. Sene Djassi apontou os casos acorridos em Bula e em Bedanda.
De referir que os novos ingressos são num total de 2661 professores colocados em diferentes cantos do país.
Iaia Sama