O Governo da Guiné-Bissau através do Ministério do Interior decidiu instalar em alguns pontos da capital Câmaras de Vigilância. A decisão, segundo os responsáveis do Ministério visa reforçar medidas de segurança e estar mais preparados para combater a criminalidade. A opinião pública faz leitura contrária. O sociólogo, Rui Landim considera que, a recente inauguração pelo Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló do Centro de Monitorização de Segurança no país, sem aprovação do parlamento, é uma violação flagrante dos direitos do cidadãos. E sendo assim, a entidade responsável pela produção de leis, deve accionar mecanismos de forma a travar a tentação de instaurar um Estado policial na Guiné-Bissau.
Para muitos, o que se fez no Ministério do interior foi a concretização da promessa de Umaro Sissoco Embaló. O Chefe de Estado prometera há seis meses que, seriam instaladas câmaras de vigilância para controlar a circulação dos cidadãos. Sissoco Embaló argumentou na altura que, a sociedade está “indisciplinada”, onde cada um faz o que quer, insultando os dignatários da nação.
Na altura, Umaro Sissoco Embaló afirmou que o ministro da defesa estava a preparar os técnicos não só para câmaras de vigilâncias como também na detecção dos cidadãos que criavam perfis falsos para insultar os governantes.
Rui Landim, a comentar o assunto, disse que o primeiro erro grave, mas reparável, é avançar para uma decisão que mexe com liberdades e garantias sem levar em consideração a posição do parlamento. “Está provado: o parlamento não foi tido nem achado. E sendo assim, não se pode aceitar”, afirmou. Para ele, antes mesmo do parlamento era imperativo um projecto junto do sector de segurança que contempla este aspecto.
Landim disse que neste momento, o Estado da Guiné-Bissau 2está a espiar os cidadãos. Se formos buscar no Ministério do Interior, não há nenhum registo de algum projecto neste sentido. Nem o Governo tem algo nisto. Portanto, o autoproclamado, porque sabe como é que chegou às funções, assusta-se com os cidadãos e quer vigiá-los”, acusou.
O analista defende que, a única forma de corrigir isso através dom parlamento ou os cidadãos organizarem para protestar através de acção judicial. “Mas será que hoje o cidadão não pode namorar? Será espiado. Será que o cidadão não pode circular? É espiado. O que estamos a assistir é espionagem e não combate à insegurança”, referiu.
Fora dessas críticas, a realidade é esta. As câmaras de vigilância que muitos não acreditavam estão instaladas. As zonas como do centro da cidade, o Bairro D’Ajuda são aquelas que pelo são conhecidas.