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MADEM suspeita de intenções do PR em fragilizar o seu líder e promete posições mais firmes

A remodelação governamental feita pelo Presidente da República na noite de 24 de Abril instalou desconfiança entre o Movimento Alternância Democrática e o Presidente da República Umaro Sissoco Embaló. Em última análise, é a conclusão dos altos dirigentes do MADEM que, Umaro Sissoco Embaló está a liderar uma corrente interna contra o Coordenador do partido, Braima Camará. Por isso, o Coordenador não apareceu na posse dos membros do Governo remodelados e, em última instância, desistiram de tornar público um comunicado preparado “em oposição contra o que chamam de desmandos do Chefe de Estado”.

Existem correntes do partido quer alertam que, em função da situação política de momento, o MADEM não está em condições de fazer face à Umaro Sissoco Embaló, perlo que entrar em guerra neste momento com o Chefe de Estado seria uma autofragilização.

No dia seguinte ao Decreto Presidencial que operou mexidas no Governo, ocorreram três reuniões. A primeira foi na sede do MADEM no qual os militantes criticaram a remodelação e o acento tónico recaiu mais na figura de Abel da Silva. Terá sido neste encontro que Braima Camará confessou que não sabia de algumas nomeações e que o PR não cumpriu o combinado e nem olhou para a lista fornecida pelo partido.

A segunda reunião foi entre a direcção do MASDEM e do PRS para se propor a remodelação, mas o PRS estava bastante confortável em termos de mudanças operadas, pelo que não subscreveu a via de confronto, não obstante o partido também ter os seus problemas a ajustar com o Chefe de Estado. A terceira reunião foi entre o MADEM e o próprio, Presidente da Republica Umaro Sissoco Embaló onde manifestaram o descontentamento. No primeiro encontro, Umaro Sissoco Embaló se manteve na sua decisão, quer aliás prevaleceu, mas num, outro antes da posse, prometeu alguns ajustes.

Foi nesse encontro que garantiu ao Coordenador do MADEM Braima Camará que, os ministros exonerados seriam nomeados noutras funções e que o partido beneficiaria der algumas direcções-gerais. As promessas de Umaro Sissoco Embaló apesar de se concretizarem parcialmente, Abel da Silva e Nhima Cissé já foram nomeados na Presidência da República, mas não satisfaz o MADEM.

Braima Camará é visto nas hostes do partido como, quem não consegue defender as suas posições e nessa remodelação, levou uma goleada diante do PRS.

 

PR disse que não tinha saída

Momentos depois de conferir posse aos membros do Governo remodelado e na presença do Primeiro-ministro, o PR disse que não havia outra saída nessa remodelação. “Preferi martelar o MADEM, porque como sabem, é o meu partido. Aliás, não assumo como tal, apenas porque sou PR. Mas sou fundador do MADEM. E nestas circunstâncias, preferi martelá-los”, disse num claro reconhecimento da meia culpa face às acusações de injustiça de que é acusado para com o partido.

No MADEM a situação é de descontentamento total. No novo Governo não entrou ninguém a proposta do partido, embora estejam lá dois dos seus militantes (Marciano Barbeioro e Salomé Allouche), todos escolhidos pelo Chefe de Estado a revelia do partido. O caso mais chocante para o MADEM, foi o de Marciano Silva Barbeiro, que deixou as funções de Conselheiro do PR para substituir, Abel da Silva, Secretário Nacional do MADEM, nas funções de ministro da Agricultura.

O mesmo se diz em relação a deputado, Salomé Allouche. Ela foi eleita nas listas do MADEM, mas a sua entrada para o cargo de Secretária de Estado das Comunidades é considerada de “bastante forçada pela ministra do Estado e dos Negócios Estrangeiros, Suzi Barbosa”, para substituir, a Dara Fonseca, que foi uma defensora ferrenha do MADEM antes desse partido chegar ao Governo. O foco de polémica nesse capítulo é Suzi Barbosa, que dispõe de uma relação tensa com Braima Camará desde PAIGC.

Como forma de confortar o MADEM, Sissoco Embaló disse que, enquanto for Presidente da República não pode aceitar nenhuma outra maioria que não seja a actual que governa. Essa advertência vem na sequência de uma informação posta a circular há uma semana e que dá conta da existência de um acordo entre o PAIGC e o PRS para a formação da nova maioria parlamentar.

Braima Camará não ouviu essas garantias. Ele que sempre presenciou as tomadas de posse mais relevantes, não marcou presença no Palácio Presidencial em protesto contra a situação.

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