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Militares guineenses em prevenção sem autoridades políticas pronunciarem sobre o conflito de Casamansa

O silêncio das autoridades políticas guineenses sobre os denunciados confrontos na fronteira da Guiné-Bissau e o Senegal, entre os indepentistas de Casamansa e tropas senegaleses, é eunsurdecedor. Os militares guineenses estão em prevenção e há um eminente risco das ordens do Chefe de Estado-maior das Forças Armadas (CEMGFA) serem desrespeitadas. A maior dúvida de momento no país, é saber se o PR, Umaro Sissoco Embaló admitiu às autoridades senegalesas para instalarem a sua tropa no território nacional.

Depois de duas semanas em que circularam notícias sobre a penetração dos senegaleses na fronteira guineense para perseguir os rebeldes e e da ameaça dos rebeldes em atacar a Guiné-Bissau, tanto o Governo como ANP ainda não pronunciaram uma única palavra. Em Bissau, tioda a imprensa fala dos confrontos com testemunhas da população fronteiriça.

Versões não oficiais denunciam um alegado aciordo existente entre o Presidente Umaro Sissoco Embaló e Macky Sall para que o território guineense sirva da retarguarda da tropa senegalesa. E terá sido este acordo que os senegalerses estão a explorar neste momento de forma a desalojar os rebeldes. Para sustentar ainda mais esta posição, circulou nas redes sociais, um suposto comunicado (em português) do Movimento das Forças democráticas de Casamansa (MFDC), a ala política dos rebeldes.

O Governo não se posicionou de forema oficial, mas um assessor do Primeiro-ministro, neste caso Sidney Monteiro, questionou na sua página “apenas” a autenticidade do rerferido documento, realçando a falta do carimbo.

Um outro assessor, desta feita do ministro da Administração Territorial, Nelson Bamba escreveu na sua página que, as autoridades da Guiné-Bissau sabem o que vão fazer e jamais permitiriam que o trerritorioal nacional fosse utilizado para o refúgio dos rebeldes.

Ele põe em causa um eventual acordo entre os dois Presidentes da República, mas não desmente um eventual acordo entre as partes. O que garante é que jamais o território da guiné-Bissau será utilizado para perturbar algum país vizinho.

À margem dessas intervenções esporádicas, certo em todo o processo é um possível confronto na fronteira. Nas regiões fronteiriças, sobretudo em São Domingos, os jornalistas e médias locais falam em tiros e populações deslocadas. As autoridades para além de não darem informação, não dão sinais.

 

Prevenção em Bissau

Em Bissau, as forças de defesa estão em prevenção e os motivos são vários. De um lado, são os rumores de uma eventual conspiração entre homens políticos (Umaro Sissoco Embaló e Nuno Gomes Nabian) e do outro o braço de ferro entre os próprios militares sobre um suposto desentendimento entre o Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas e alguns militares.

Se o impasse entre Nuno Gomes Nabian e Umaro Sissoco Embaló é conhecido (divergência de ideologias políticas), as divergências entre os militares constituem uma novidade. De um lado, segundo informações dignas de crédito, há um grupo de militares que neste momento é apontado de querer subverter a ordem Constitucional. Duas figuras foram apontadas como cabecilhas, nomeadamente o ex-CEMA, Bubo Na Tchuto e um dos operativos fiel a ele de nome Tchami Ialá. Na tentativa de apurar essas informações, o CEMGFA terá esbarrado na resistência de alguns deles. Diz-se que Tchami Ialá terá advertido que jamais irá pagar por coisas que não sabe e recusou atender a chamada do CEMGFA.

Os militares terão ainda enviado recado ao CEMGFA em como, se Nuno Nabian for exonerado das funções de Primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló irá acompanhá-lo.

A juntar-se a tudo isso, está a crise na fronteira. O que se sabe é que, os militares guineenses já advertiram que jamais irão enfrentar um conflito que não lhes pertence. Diz-se mesmo que, muitos jovens já deixaram de comparecer nos quartréis, sobretudo aqueles que ainda não foram efectivados. Terão sido estes os motivos da prevenção em curso.

Mas a volta de tudo isso, os elementos de suspeitas de um possível acordo não faltam. A forte aproximaçãio de Umaro Sissoco Embaló ao Senegal e ao Peresidente Macky Sall, o recente acordo entre os dois Chefes de Estado para a exploração petrolífera na zona conjunta, fizeram com que uma significativa parte da sociedade acredite num possível acordo de cedência do território nacional entre os dois para atacar as bases dos independentistas de Casamansa.

Em Bissau o sentimento é de revolta, porque nos últimos cinco anos, nunca se falou na invasão do território nacional. O sentimento aumenta ainda quando, se sabe que, os indepentistas de Casamansa têm raízes na Guiné-Bissau.

 

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