Lusa
O analista guineense Rui Jorge Semedo considerou hoje que o anúncio de possibilidade de dissolução do parlamento e convocação de eleições legislativas antecipadas deixa os parceiros internacionais desconfortáveis, porque deveriam ter tido noção do “que estavam a apoiar”.
“A própria comunidade internacional também patrocinou porque de antemão devia ter noção daquilo que estava a apoiar”, afirmou o analista guineense.
Segundo Rui Jorge Semedo, nunca houve posição “clara por parte das Nações Unidas e da União Europeia” ao posicionamento da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que reconheceu Umaro Sissoco Embaló como Presidente da Guiné-Bissau, antes de ser conhecida a posição do Supremo Tribunal de Justiça sobre o recurso de contencioso eleitoral, apresentado pelo seu adversário nas presidenciais, Domingos Simões Pereira.
“Disseram simplesmente que tomaram nota do posicionamento da CEDEAO, mas sem decifrar o que era essa tomada de nota”, afirmou.
Para Rui Jorge Semedo, o “que está a acontecer agora é o resultado daquilo que também tem sido a posição da comunidade internacional”.
O analista recordou que os parceiros internacionais não se posicionaram afirmativamente sobre a tomada de posse simbólica, à margem da decisão do Supremo Tribunal de Justiça, do envolvimento dos militares e da queda do Governo.
“O Presidente da República já disse uma vez aos seus apoiantes que a comunidade internacional gere-se, e é isso que tem estado a fazer”, afirmou o analista político.