A campanha de castanha de caju do ano 2024 está em risco e arrisca-se a ser pior que o ano anterior. Quase um mês depois da abertura oficial, o fluxo do compradores na balança é nulo. Praticamente não se compra a castanha, porque no terreno, ela não é comprada ed o clamor da população agricultor aumenta dia pós-dia. Os motivos são vários, mas há quem vê na postura de muita incerteza do Governo, a principal razão. O Governo não foi concreto na definição do custo e ainda oscila o preço por tonelada entre 800 a 850 dólares. Os operadores económicos cautelosos, ficaram foram e apelam o Governo a corrigir.
Preocupado com a situação da comercialização da castanha de caju, o Presidente da Associação dos Intermediários dos Negócios na Guiné-Bissau adverte que, urge o Governo corrigir os seus erros, sob pena da situação agravar. Lassana Sambú garantiu ao UH que, cedo que a sua organização alertou ao Governo sobre a presente situação, mas nota-se claramente que, o desejo de tirar mais dinheiro aos operadores do sector, está a criar toda a incerteza e a bloquear o bom andamento da campanha. “Antes é bom que reconheçamos que, não se está a pesar na balança, porque ninguém está a comprar a castanha no terreno. A campanha no seu todo não está bem, porque apenas alguns operadores que o Governo sabe quem são é que compram a castanha. Simplesmente porque as regras não estão bem esclarecidas”, observou o presidente, Lassana Sambú.
Aliás, segundo Sambú, neste momento há uma hesitação parte dos compradores, muito por causa da estrutura de custo. “O que é uma estrutura de custo? É aquele espelho que contém o conjunto de todas as obrigações de um operador na actividade quer desenvolve. Determina Taxas e estipula os valores de cada uma delas. O que é que aconteceu com a presente estrutura de custo? O Governo definiu algumas taxas, mas não constou outras que o operador obrigatoriamente sabe que tem de pagar. Ou seja, ele paga uns que estão na estrutura, mas depois, vão cobrá-lo outras que nem sabe quais são. Essa incerteza na estrutura de custo é uma das razões”, assegurou Lassana Sambú.
Um dos exemplos mais flagrantes, como disse ao UH, está nas taxas que seriam pertença dos intermediários. “Temos que reconhecer que as coisas não estão bem, para assim podermos corrigir. Por exemplo há uma taxa que agora atribuem as alfândegas, mas que depois sobe os custos para 9 Fcfa. Mas não é este o maior problema. O problema maior é que deixa-se a impressão de que, quem deveria beneficiar da mesma, pode ir recuperá-la noutras circunstâncias não esclarecidas. Mais um exemplo: a postura do Governo sobre a Antecipação de Contribuição Industrial não é mais correcta. A ACI que se paga e depois o tratamento final que se dá são contraditórios. Continuo a insistir que temos a obrigação de acabar com as incertezas para poder salvar a campanha”, aconselhou.
O processo começou mal, porque, conforme ele, o Governo não foi sincero em determinados momentos. Um desses momentos foi na abertura da campanha. Tradicionalmente depois da abertura da campanha, há a chamada abertura da balança. Desta vez, o Governo fez tudo em simultâneo. No dia em que deu abertura da campanha de castanha de caju, anunciou a abertura da balança.
Lassana Sambú comenta: “Sempre disse e repito: a campanha de castanha de caju é uma cadeia na qual cada organização tem as suas atribuições. Não permitir que se faça a tradicional abertura da balçança, não foi uma boa decisão e tem as suas consequências. Quem não faz parte do sector, não percebe. Mas, o factor de toda a hesitação de momento está na estrutura de custo e no preço por tonelada”, comentou Sambú.
Em relação ao preço por tonelada, o presidente dos intermediários disse que, o que tem causado mais polémica nops últimos tempos, foi a contradição verificada em duas decisões tomadas pelo Governo. Na primeira e no Conselho de Ministros, o Governo decidiu que o custo por tonelada, seria no valor de 800 dólares. “Acontece que, no mês de Março, os operadores económicos foram confrontados com um Boletim Oficial no qual consta que, o tonelada custaria 850 dólares. São essas incertezas que contribuem para complicar o processo”.
de momento há um susto nacional, porque teme-se que a campanha tenha o mesmo destino que o ano passado. O Presidente dos Intermediários prefere aconselhar o Governo a corrigir o mais breve possível, sob pena de não conseguir depois. “Posso dizer que, todos sabem o que deve ser feito. Se isso é verdade, então façamos para a população camponesa não sofre”, apelou.