O Presidente da República aconselhou a qualquer militar guineense que quiser fazer a política que deixe os quartéis e declare militância num partido político. Numa visita que fez aos quartéis na manhã do dia 23 de Maio corrente, Umaro Sissoco Embaló falou de diferentes assuntos da vida política, social e diplomática do país e no fim disse que quer uma equidistância dos políticos no certame.
Sobre estas eleições, o Chefe de Estado pediu que a segurança seja garantida a tudo e todos, porque o que se pretende é um país tranquilo e não aquele que os guineenses conheceram desde abertura democrática. Muitas eleições, mas sem qualquer tranquilidade a não ser durante a era de José Mário Vaz que foi o único PR que concluiu o seu mandato, dos muitos que o país já teve.
“Mas não pensem que fazer José Mário Vaz concluir o mandato foi uma tarefa fácil. Não foi. Porque éramos quase estar todo o tempo a vigiar. Um dia dizem que a situação não estava bem, num outro diziam outra coisa. Mas aquilo é vergonhoso. Não podemos admitir que continue”, disse o PR.
Para já, Umaro Sissoco Embaló é o PR que mais quartéis visitou na Guiné-Bissau. Durante o seu mandato quase vai quartéis de seis em seis meses, sem contar com eventos “semipúblicos” ali organizados.
Criticando as constantes subversões que o país tem conhecido, o PR recordou que, quando quis fazer a política decidiu simplesmente entregar a farda. “Formalizei o acto através de uma carta. É fácil. Quem quiser que faça o mesmo. Agora, o que parece intolerável é ter militares nos quartéis a falar da política. Isso não podemos admitir, avisou Umaro Embaló.
No Estado-Maior da Força Aérea com o seu bengala andando de um lado para outro, Sissoco arrogou-se ter conquistado muito prestígio para a Guiné-Bissau.
“Mas como estava dizer, o meu sucesso se deve ao facto de ter jurado a bandeira. Sou único PR da Guiné-Bissau que jurou a bandeira, com excepção de Nino Vieira. Portanto quem jura a bandeira tem o compromisso com a Nação. É é compromisso que me fez trazer muitos ganhos para a Guiné-Bissau. Não é apenas paz para a Ucrânia ou Rússia. Não. Tive muitas conquistas para o país”, referiu.
No fundo, a visita de Umaro Sissoco Embaló visa medir a temperatura da situação dos quartéis. O que se sabe é que, rumores alegam ter ocorrido uma reunião do Conselho Superior da Defesa no qual os militares terão chamado atenção sobre a necessidade dos políticos serem tratados em pé de igualdade.