Política

Comité Central do PAIGC repudia o comportamento do PR e abre o caminho para o terceiro mandato de Domingos Simões Pereira

Domingos Simões Pereira ainda não decidiu, mas um dos mais importantes órgãos do partido no intervalo de Congressos já tomou a posição. O actual líder do PAIGC deve avançar para o terceiro mandato, porque o partido assim entende e considera ser a única via que dispõe para implementar o projecto que dispõe para a sociedade. No dia 20 de Janeiro, o órgão máximo deliberativo do partido no intervalo de Congressos aprovou uma Moção de Confiança ao presidente do Partido e encorajam-no a apresentar uma Moção de Estratégia no Xº Congresso a ter lugar de 17 a 20 de Fevereiro. No mesmo encontro e por unanimidade dos 291 presentes, foi aprovada por unanimidade, Moção de Repúdio contra o comportamento do Presidente da República face ao partido e o seu líder.

O Comité Central do dia 20 de Janeiro teve em debate três aspectos marcantes. A Carta Aberta subscrita por 5 membros do Comité Centrasl na qual repudiam os dois mandatos de Domingos Simões Pereira, às declarações de Umaro Sissoko Embalo que consideram de atentatórias ao Estado Direito, no que respeita ao exercício do poder democrático e o futuro congresso do partido.

Sobre a Carta, os membros do CC condenaram, a via utilizada pelos demais dirigentes, porque podiam perfeitamente levantar os problemas elencados nos órgãos do partido onde quase todos eles têm assento. O CC deliberou, sobre o assunto, apelar aos dirigentes subscritores da Carta Aberta dirigida ao Presidente do Partido a reconsiderarem a sua posição, enquanto membros do Comité Central, respeitando escrupulosamente os procedimentos estatutários, sob pena de incorrerem em processo disciplinar, em conformidade com o Regulamento Disciplinar.

Relativamente às declarações do PR, o PAIGC salientou numa das resoluções que, Umaro Sissoco Embaló afirmou categoricamente que se o PAIGC ganhar as próximas Eleições Legislativas, mesmo com 102 Deputados, não vai nomear o seu líder, Camarada Engº. Domingos Simões Pereira, para o cargo de Primeiro-Ministro. Para o Partido esse comportamento é uma violação grosseira do Artigo 68º, alínea g) da Constituição da República. Por isso, condenaram com veemência essas declarações pelas sucessivas ameaças e tentativas de ingerência na vida do PAIGC. Os membros do CC do PAIGC destacaram que, isso põe em causa o projeto de consolidação de um Estado de Direito Democrático que todos os guineenses almejam;

“Face ao exposto, os Membros do Comité Central presentes nesta 2ª Segunda Sessão Extraordinária aprovaram, por unanimidade, uma Moção de Repúdio e de Condenação das sucessivas ameaças e tentativas de ingerência de Umaro Sissoco Embalo nos assuntos internos do PAIGC, ações que vem perturbando a paz e agravando a estabilidade social, já de si precária”, lê-se na deliberação.

 

Simões Pereira vai avançar para o terceiro mandato

Entretanto o CC do PAIGC desvendou um dos mistérios reinantes no partido. Até a data presente, Domingos Simões Pereira que no passado admitiu ser estruturalmente contra o terceiro mandato, ainda não disse nada sobre a possível candidatura, mas tudo indica que será uma realidade brevemente. Na resolução pode ler-se que, os dois mandatos de Domingos Simões Pereira à frente do PAIGC têm-se caracterizado na promoção desses valores (paz, estabilidade e estado de direito), impregnados com o reforço da ideologia política e a defesa intransigente dos princípios e valores herdados do pensamento político de Amílcar Cabral; “Considerando ainda que este modelo de liderança conduziu o Partido a expressivas vitórias nas Eleições Legislativas de 2014 e 2019, numa clara expressão e manifestação de confiança popular ao PAIGC e ao Líder, os Membros do Comité Central, reunidos nesta 2ª Sessão Extraordinária de 2022 aprovaram, por unanimidade uma moção de confiança ao Presidente do PAIGC, encorajando-o a apresentar uma Moção Estratégica a Plenária do X Congresso”, salienta a deliberação para mais adiante referir que, aquilo seria uma forma de “responder aos anseios e às aspirações da maioria esmagadora dos militantes do Partido, que continuam a rever-se no seu Projecto Político de Sociedade visando a Estabilidade e o Desenvolvimento da Guiné-Bissau”..

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