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Ministério Público deteve peritos por falta de credencial e acesso ao avião na ausência da Presidência da República

O Ministério Público da Guiné-Bissau deteve dia 9 do corrente, por algumas horas, os dois peritos internacionais que tiveram acesso ao avião A340 suspeito de transporte de carga ilícita e retido em Bissau há mais de um mês a mando do Primeiro-ministro. Como motivos da detenção, o MP alegou a falta de credencial para essa missão da organização que os alegados peritos dizem representar, mas sobretudo, por avançarem para o interior do avião sem a parte contrária, neste caso, a Presidência da República. O Gabinete do Primeiro-ministro acusa o MP falta de seriedade, porque antes da vinda dos peritos, todos os órgãos de soberania foram informadas. À Presidência da República por sua vez, segundo fontes do UH, qualifica de manipulação a estratégia da Primatura ao decidir aceder ao avião sem a presença de quem mandou aterrar o aparelho. Já perto das 22 horas, os dois foram colocados em liberdade num processo político tenso, mas que na recta final teve as intervenções das Nações Unidas e da representação da embaixada dos EUA.

Fora dessa guerra da legalidade, o dia 9 ficou mesmo marcado com muita tensão entre os órgãos do Estado. Depois de concluírem os trabalhos na madrugada do dia 9, os dois peritos deviam seguir viagem de forma separada ainda no mês dia. Um devia viajar no voo da TAP e o outro num outro de companhia diferente. Só que, cedo se apercebeu que há falta de coordenação, porque uma informação do Destacamento da Guarda Nacional colocada no Aeroporto chegou ao Comandante daquela Cioorpração Sadjo Cissé na qual revelaram que os dois peritos acompanhados do PCA da Aviação Civil chegaram ao aeroporto a 01 Horas da manhã. E antes de acederem ao interior do aparelho, o Primeiro-ministro, Nuno Nabian telefonou a dar instruções em como se devia permitir que os dois entrassem no aparelho.

O mesmo relatório da Guarda Nacional precisou que os dois porões do avião foram abertos e que os peritos saíram sem prestar qualquer declaração.

Cedo um dos peritos preparou a viagem de regresso para Portugal, mas o seu passaporte foi de imediato retido pelos serviços de emigrações e fronteiras do Aeroporto. Foi a partir daquele momento que o Gabinete do Primeiro-ministro através da sua escolta entrou em acção. Deslocaram ao Aeroportto e forçaram o check-in de um dos peritos de nome Thomas Joseph Billard.

O perito seguiu até o interior do avião. Foi naquele momento que, uma carrinha de Guarda Nacional invadiu a pista do avião impedindo o mesmo de levantar voo. Actyo seguinte, os agentes entraram no avião e retiraram Thomas Joseph Billard, para depois conduzi-lo ao Ministério Público.  Do Ministério Público seguiu para a prisão da Polícia Judiciária em Bandim, porque para além de não prestar quaisquer declarações nos interrogatórios, reclamou sempre a presença do Governo.

Um segundo detido esteve no Ministério Público até às 22 horas ainda não tinha chegado aos calabouços. Às 21 horas do dia 9, uma missão das Nações Unidas esteve na Polícia Judiciária para negociar a soltura de Thomas Billard para ir pernoitar na embaixada dos Estados Unidos da América. O Ministério Público acabou por ceder perante a pressão, porque, manter os peritos nos calabouços podia acarretar maiores custos para o país e autoridades político-judiciais.

 

“Porquê alojá-los no Hotel Malaika”

O Governo acusa a Presidência da República e o Ministério Público de má-fé, porque tinham todas as informações necessárias antes da vinda dos dois técnicos, funcionários da DEA. Para assistir os dois sobre as acusações de presença de peritagem sem autorização e violação da propriedade alheia, o Governo, soube o UH, deverá contratar um colectivo de advogados, porque, como assegurou uma fonte da Primatura, a vinda dos mesmos foi pública e oficialmente assumida pelo Executivo.

IUH confirmar que, um dos peritos, Thomas Joseh Billard contratado pelo o Governo da Guiné-Bissau para averiguar a avião suspeito retido no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira e detido nas instalações da Polícia Judiciária em Bissau, é de nacionalidade americana e responde pelo nome de Thomas Joseph Billard, americano que chegou a Bissau no dia 7 de Dezembro de 2021, vindo de Portugal.

Última Hora soube de fontes dignas de crédito que, a decisão de deter o perito partiu do Ministério Público alegando instruções superiores. Essa decisão contraria a posição do Primeiro-ministro que assumiu publicamente a autoria de convidar o perito internacional.

Nuno Nabian não acompanhou as movimentações da detenção dos dois, porque estava no Parlamento na sessão de aprovação do Orçamento Geral do Estado. No entanto, logo depois de sair, prometeu que iria inteirar daquilo que está a acontecer.

Mas da parte da presidência, as motivações desse acto são de cariz político. Consideram os dois “simples amigos de Nuno Nabian” e estiveram no país apenas para manipular. Uma prova dessa manipulação é o facto de andarem com escoltas durante todo o tempo que estiveram no país e de terem sigo alojados no Hotel Malaika.

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