O VIº Congresso do PRS que deverá decorrer entre os dias 16 a 19 de Dezembro corrente, continua a ferver e a dividir os seus militantes. Dos treze que haviam depositado documentos na Comissão Organizadora, 3 já ficaram fora por não conseguirem vaga para o Congresso. Dentre eles, o nome mais sonante é do deputado do partido, Domingos Quadé, ex-Conselheiro, do presidente cessante, Alberto Nambeia. Domingos Quadé não conseguiu vaga para o Congresso na zona em que foi eleito deputado da Nação e denúncia a fraude por parte da direcção no que concerne a colocação das mesas. O dirigente apresentou o recurso no COC, mas a probabilidade do sucesso é nula. Dionísio Cabi conseguiu vaga, mas a sua estratégia está a criticada pelos apoiantes de Alberto Nambeia. Artur Sanhá, candidato já aprovado, criticou radicalmente a forma como ocorreu a selecção dos delegados e disse que os princípios do partido não estão a serem observados.
No caso de Domingos Quadé, visto por muitos como quem podia introduzir novo modelo político no partido, o recenseamento ocorreu em 4 sectores da região, mas a votação se circunscreveu apenas em Ingoré. E isso fez com que os seus apoiantes nas zonas recenseadas não pudessem exercer direito de voto como militantes. Sorte contrária teve, Dionísio Cabi. O ex-presidente do Tribunal de Contas conseguiu integrar a lista única na qual perfilavam nomes como Malam Sambú, ex-ministro das pescas e largamente apoiado no sector de Mansoa. Ontem (7) na cerimónia do lançamento da sua candidatura, Dionísio Cabi considerou ser importante o PRS “reformar as leis com que funciona”, antes de preocupar cdom a reforça dos recursos humanos.
Na mesma senda de críticas, o ex-secretário-geral, Artur Sanhá apontou as suas baterias contra a Comissão Organizadora do VIº Congresso. Segundo ele, o regulamento de selecção dos delegados foi desrespeitado em maioria das zonas e aconselhou o abandono a estas práticas, porque, de aciordo com as suas advertências podem agravar a crise entre os militantes. Em litígio com a direcção desde que foi demitido como ministro do Comércio no actual Governo em Abril último assegurou não ter avançado contra qualquer acção judicial interna, porque, outras candidaturas já o fizeram junto da COC. Segundo ele, existem pessoas no partido PRS com o objetivo de perturbar o funcionamento do partido. “Existem zonas do país em que foram levadas pessoas que não são militantes sequer. A maioria foi trazida de outras localidades com orientação de voto e a facilidade de votar. O presidente da COC do sector de Bula não é membro do Conselho Nacional (CN), contrariando os estatutos do partido”, denunciou Artur Sanhá.
Sempre crítico a direcção, Sanhá, candidato aprovado pela Comissão, denunciou igualmente a existência de mãos ocultas e prometeu que, a sua candidatura não vai permitir que os acontecimentos ocorridos no congresso de 2017. Ele afirmou ainda que, os princípios fundamentais do partido estão em desvalorização, os estatutos desrespeitados e indivíduos não militantes e que não reúnem as exigências imperativas para os cadernos eleitorais.
“Na eleição de delegados houve votos fantasmas e manipulações por pré-combinação, violando gravemente as condições da capacidade eleitoral estabelecidas nos números 1 a 3 do art. 7 do regulamento do congresso”, apontou.
Para ele, essas irregularidades gritantes na escolha de delegados ao Congresso, são atitudes que podem afundar ainda mais o partido. “Em Catió, elementos que apoiam Alberto Nambeia ignoraram todos os procedimentos estabelecidos, privilegiando a lista do candidato a sua própria sucessão”, acrescentou para referir que, na região de Oio, setor de Mansoa, o coordenador do partido foi alvo de tentativa de agressão na sua própria casa em Mansoa.