Sociedade

Ministro do Interior interdita manifestação dos trabalhadores junto ao parlamento

Os trabalhadores agrupados na União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) foram esta manhã bloqueados na sede da organização pelas forças de Intervenção Rápida. Os organizadores denunciaram na presença da Polícia que, a marcha pacífica que deveria terminar na sede do parlamento para se protestar contra o orçamento em debate no hemiciclo, estava impedida por ordem superior. Depois de uma concentração de cerca de uma centena dos trabalhadores, a Polícia confidenciou com os organizadores da marcha onde inclusive estava o secretário-geral da UNTG, em como o ministro do Estado e do Interior ordenou para que não fosse permitida a saída da comitiva.

Impossibilitados de sair do local de concentração, até porque a Polícia prometeu carga em caso de desobediência, a UNTG optou organizar protesto na sede para denunciar o comportamento da polícia e dos deputados da nação que, na opinião do Secretário-geral, estão a empurrar os trabalhadores para mais pobreza.

Porque, segundo Julio Mendonça, quando os deputados da Nação decidem aprovar um Orçamento Geral do Estado com tantos “impostos nefastos” que recaem sobre os produtos de primeira necessidade e não se preocupam com o aumento salarial, é porque estão a agravar o nível de vida no país.

Em declarações a imprensa, Júlio Mendonça acusou o Governo de desrespeito ao acordo alcançado com os sindicatos em 2020, quando o Governo assumiu que, haveria ponderação sobre os impostos e em compensação o salário seria aumentado. “Não cumpriram com a obrigação”, referiu o Secretário-geral.

Depois da pequena reunião com os agentes da Polícia para se informar da decisão vinda, o speaker da marcha informou a todos os presentes ipsis verbis a posição do Ministério do Interior, sobretudo na pessoa do ministro, Botche Candé. “Como puderam reparar, estivemos a conversa com estes elementos da Polícia. Disseram-nos claramente que não podemos sair daqui para o local onde o parlamento funciona, devido a uma ordem dada pelo ministro do Interior. E avisaram que, se insistirmos, seremos espancados. Em função dessas advertências, vamos fazer a nossa vigília aqui, porque infelizmente falta-nos a força. Não queremos colocar em causa a integridade de ninguém”, disse Malam Homi Injai que servia de speaker da marcha.

Após a informação que caiu como balde água frita para dezenas de trabalhadores que já haviam vestido os coletes florescentes de marcha, os protestos começaram e se ouviram alguns gritos de abaixo a polícia, abaixo ao ministro do Interior e abaixo aos polícias antidemocráticos.

“A nossa marcha era para advertir aos deputados para não aprovarem, novamente a proposta do OGE tal como está. Toda gente viveu o ano 2020 em situação de aflição total. Era isso que queríamos alertar aos deputados para evitarem. Infelizmente, a Polícia e o ministro do Interior têm outro entendimento”, disse Júlio Mendonça.

Conforme as suas afirmações, neste momento, há um aumento do custo de vida na Guiné-Bissau sobretudo para os trabalhadores, porque os produtos de primeira necessidade aumentaram, devido aos impostos constantes no orçamento anterior. “Infelizmente, este novo orçamento mantém os impostos e aumentou as taxas”, denunciou.

 

 

 

Related Posts