O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa chegou a Bissau no princípio da noite de ontem para uma visita de Estado de 48 horas. A visita de Marcelo Rebelo de Sousa já a provocar uma forte controvérsia no seio da sociedade, mas também no campo político. Na Política, o PAIGC está a liderar a contestação, ao ponto do partido enviar uma nota de protesto a embaixada de Portugal na Guiné-Bissau a contestar a visita. O PAIGC qualifica de inoportuna a visita do estadista português, porque acontece num momento em que os direitos humanos são gravemente violados e na vigência de um regime golpista.
Na carta de três páginas, o PAIGC faz referência à elementos que violam a Constituição nomeadamente o facto de Umaro Sissoco Embaló assumir o poder mediante aquilo que chama de golpe de Estado e demitir um Governo Constitucional saído das eleições. O PAIGC anota às violações dos direitos humanos, espancamentos de activistas como elementos que, para aquela formação política deviam condicionar ou chamar a razão ao Presidente de Portugal.
Entretanto polémica a parte, a chegada de Marcelo rebelo de Sousa a Bissau foi coroada com muitos festivos. O povo saiu a rua e acenou o PR.
O chefe de Estado português levou duas horas a percorrer este trajeto, pela Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria, grande parte do tempo acenando empoleirado na porta da viatura onde seguia acompanhado pela ministra de Estado e dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Suzi Barbosa.
Marcelo Rebelo de Sousa saiu várias vezes do carro para ir ao encontro da multidão efusiva, provocando grande agitação nas forças de segurança. À sua passagem, pessoas corriam e gritavam “Presi, Presi”, outras agradeciam a sua vinda, ao fim 31 anos sem uma visita oficial de um Presidente português a este país.
Também se ouvia o nome do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, e pedidos de vistos para entrar em Portugal: “Visa, visa“.
O chefe de Estado saiu do Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira pelas 20h10 locais (21h10 em Lisboa) e chegou ao destino, uma unidade hoteleira onde o esperavam representantes da comunidade portuguesa na Guiné-Bissau, duas horas depois.