A Direcção Interina do Partido de Renovação Social (PRS) decidiu denunciar o contrato de arrendamento da sua sede nacional na Avenida Combatentes da Liberdade da Pátria. Para além de elevados custos que suporta, numa sede na qual não faz praticamente nada, os responsáveis do partido decidiram sair por considerarem que tem havido muita chantagem. Uma fonte do partido garantiu ao Última Hora (UH) que, para além destes dois elementos, o PRS decidiu sair, porque está envolvido numa batalha política na qual não deve deixar qualquer ponta para os adversários agararrem. Como destino, o partido vai voltar a sua sede histórica em Kndok no Bairro de Missira para poder continuar a luta política iniciada com a recente assinatura da aliança política com APU.
UH teve acesso a carta de denúncia do contrato de arrendamento do imóvel datado de 29 de Janeiro passado e recebida pela proprietária no dia 1 de Fevereiro, onde o presidente interino, Fernando Dias destaca que a dinâmica interna e externa, não permitem o PRS continuar a funcionar naquele espaço. “Nesta conformidade e aluz do contrato de arrendamento em vigor, serven a presente nota para de forma voluntária e irrevogável denunciar o contrato com efeitos imediatos e consequente devolução das chaves no dia 5 de Fevereiro do ano em curso, conforme a vossa indicação”, lê-se no segundo parágrafo do contrato.
Em declarações ao UH, a fonte do PRS que pediu anonimato revela que, o contrato de arrendamento da sede está num valor de 2.5 milhões de Fcfa. Só que, uma das cláusulas contratuais determina que, se o pagamento não for a tempo e atingir 15 do mês seguinte ao vencido, paga-se metade do valor o que praticamente obriga o partido a pagar mensalmente mais de 3.5 milhões de Fcfa.
“Na verdade o PRS tinha dívida em atraso. Porquê? Por dificuldades financeiras do partido, mas também porque o Senhorio, a partir do momento que a outra cláusulas lhe dá vantagem, quase que passou a recusar receber mensalmente, para poder acioná-la. Recentemente conseguimos uma verba de de 10 milhões para pagar três meses e quando acionámos mecanismos para pagar praticamente ela recusou e decidi accionar a cláusula que atrás referi e passou para 23 milhões de Fcfa. Não são 24 ou 25 milhões como alguns estão a dizer”, explicou.
A partido do momento em que se saldou a dívida esta semana, alegadamente com apoio do Chefe de Estado, os dirigentes do PRS sentiram na necessidade de poupar o partido de uma pressão financeira que quase não consegue suportar.
Como não dispõem de qualquer pretensão de recuar da decisão, os renovadores decidiram instruir aos funcionários para retirarem o mobiliário que é a propriedade do partido. “Não fomos expulsos. Nós é que decidimos sair, porque há muita chantagem”.