Rotulado pelo PRS de ‘Ndanméssé’ durante a última campanha eleitoral, o ex-PM, Nuno Nabian, presidente da APU PDGB é o novo “delfim de uma Coligação política” apadrinhada pelo Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, para salvar o dilúvio político do PRS. Os termos do Acordo secreto e preparado ao longo dos últimos dois meses não são claros, nem do domínio público, mas certos pontos são conhecidos. Por exemplo, em caso de eleições, Nuno Nabian, presidente da APU será candidato à Primeiro-ministro, Fernando Dias, Presidente da ANP. O Acordo está aberto à apoio presidencial, onde tudo indica que, o candidato resultante dos partidos coligados deverá ser o actual Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló. O MADEM e PTG, outras forças políticas próximas ao Chefe de Estado, fazem parte de possíveis aderentes do Acordo, em caso das eleições.
Mas por agora, o Salvador do Partido de Koumba Yalá é Nuno Nabian. Depois de trair o Acordo Político assinado com o PAIGC, o PRS vê neste momento a componente “étnico tribal” última estratégia para “salvar o partido do desastre eleitoral “cada vez abismal. Caiu de 41 para 21 deputados no intervalo de quatro anos e de 21 para 12 em menos de quatro anos.
Neste momento ANP está dissolvida e existem fortes possibilidades das eleições legislativas serem uma das últimas saídas. O PRS está em pânico fez muitas exigências para busca de solução eleitoral, dentre eles a extinção da APU PDGB com quem disputa a mesma base eleitoral, mas mas Nuno Nabian nunca cedeu. O recente acordo assinado entre o PRS e APU juntou numa mesma direcção, todos os partidos opositores ao PAIGC. Para além dos partidos que assinaram o Acordo, o MADEM teve oportunidade de marcar a presença nas celebrações dos 32 anos do PRS e de ouvir o seu líder a fazer um discurso apelando a união, mas mantendo disponibilidade de juntar-se ao PRS.
Braima Camará disse que é fruto do PRS e que tinha toda a disponibilidade de assumirem os destinos de governação juntos. Braima Camará revelou ter recebido várias propostas para integrar ao PRS, mas talvez, por questão de destino, não aconteceu. “Mas posso dizer que sou produto do Koumba Yalá, porque ele foi quem, lutou mais para a democracia neste país”, justificou Braima Camará.
Alto e em bom som, Braima Camará considera Alberto nambeia, também falecido presidente do PRS, o seu irmão mais velho e tutor político. Como fundamento, Braima Camará aponta o facto de, em 2016, quando o grupo dos 15 desobedeceu às orientações do partido e estando abraços com a expulsão “quem fez finca pé para que aquilo não acontecesse no parlamento” foi Nambeia. “Se hoje tenho o estatuto de deputado vitalício, foi graças a determinação do meu irmão mais velho, Alberto Nambeia”, afirmou.
Quanto ao Acordo assinado entre os dois partidos, o Coordenador do MADEM considerou o mesmo de “assertivo”, tendo em conta a necessidade de “um amplo consenso que a Guiné-Bissau precisa”. “Espero que nas próximas eleições, possamos juntos assumir os destinos deste país”, desejou o Coordenador do MADEM.
Ao usar de palavra na cerimónia, Nuno Nabian, presidente da APU elogiou o papel desempenhado pela viúva de Koumba Yalá que, segundo disse, fez o necessário trabalho para que o Acordo fosse uma realidade. Nuno Nabian referindo-se a um estudo desconhecido ou não publicado, disse que, quadros de APU, de MADEM e do PTG fossem para eleições numa Coligação “teriam mais de 70 deputados”.