Num discurso improvisado por ocasião da entrega de viaturas aos serviços de Protecção Civil e Bombeiros, o Presidente da República falou de quase tudo e uma das notas destaques foi em relação aos jornalistas. Umaro Sissoco Embalou revelou já ter criado uma brigada com a missão de ouvir todas as emissões de Rádio e que todos os jornalistas que insultarem serão detidos. Disse que, com ele na presidência, nenhum golpe de Estado vai ter sucesso.
Numa comunicação carregada de indirectas, mas também recados contundentes para todos os sectores sociais, o Presidente da República disse que existem jornalistas que passam tempo a insultar. “Mas este ano acabou. Estamos num ano de disciplina e ordem. Todo aquele que insultar, Sr. Ministro, deve ser preço. Não podemos continuar a aturar jornalistas que insultam até a intimidade das nossas mulheres”, afirmou o PR.
As ameaças e ordens do Presidente da República foram extensivas a Diáspora. Segundo ele, existem pessoas que arrogam serem activistas políticos e passam o tempo a insultá-lo. “Pessoas que não percebem nada política. Mas, felizmente não querem voltar cá. Vão demorar no exterior, porque no dia que aqui chegarem serão presos”, prometeu o Chefe de Estado.
Aos quartéis, Umaro Sissoco Embaló é categórico: “Sou imune a golpes de Estado. Não vão conseguir nunca dar um golpe de Estado, comigo na Presidência da República. Nunca. É verdade que surpreenderam-me no dia 1 de Fevereiro de 2022, mas jamais vão conseguir. Quem tentar terá réplica a medida das suas acções”, afirmou o Chefe de Estado.
Aliás, o PR menosprezou mesmo aqueles quie segundo ele tentaram derrubar-lhe via golpe de Estado. “Não são militares. Um verdadeiro militar quando decide avançar para o golpe de Estado, não falha. 14 de novembro foi golpe de Estado; 7 de Junho, embora durou 11 meses, foi um golpe de Estado. Aqueles que têm essas pretensões, podem continuar, mas a certeza que tenho é que vão pagar caro. Mais caro que o Victor Tchongo”, prometeu o PR.
Na sua opinião, aqueles que aceitam receber dinheiro para juntar-se aos políticos golpistas, são inocentes. Porque, conforme as suas afirmações, depois das coisas falharem aqueles que os financiaram nunca mais os conhecem ou conhecem as sus famílias.
“Foi assim que inventaram a guerra de 7 de Junho. Depois de 11 meses, o que é que mudou? Onde estão aqueles que intentaram aquele golpe”, questionou o PR num clara alusão ao desmoronamento dos mentores da Junta Militar, e salientou que neste momento estão a frente das FA aqueles São Biaguê Na Tan que estava com as forças governamentais ou Sandji Fati que também esteve.
Outro assunto do qual o PR falou e na primeira pessoa, é o funcionamento da justiça. Começou por advertir a todos que, qualquer guineense que ficar descontente com as suas decisões ou de qualquer outra estrutura, tem de dirigir-se a justiça.
“Não pode haver anarquia. Não podemos continuar a ter pessoas que vão às prisões e forçam as saídas dos outros; não podemos continuar a ter pessoas que recusam responder as chamadas da justiça. E o Ministério do Interior está aqui para colaborar com a Procuradoria-Geral da República. Quando decidirem pela prisão, alguém tem mesmo de ser preso. Mesmo se for eu. Não podemos ser caso único no mundo. Então o que é que aconteceu ao Primeiro-ministro de Portugal? Ao chegar da viagem foi de imediato preso. Portanto todos devem estar dispiníveis para colaborar com o Ministério Público. O País tem de ter regras”, defendeu Umaro Sissoco Embaló nas instalações do Ministério do Interior.
Declarando 2024 ano de rigor, disciplina e combate a corrupção, foi nessa ocasião que falou da Brigada de escuta para às rádios e prometer que quer insultar vai ser preso. “Pessoas são pagas para insultar. Como é que isso pode acontecer. O que estou a dizer, não só o digo em relação aos outros, mas a mim mesmo. Quem é próximo de mim, não pode insultar ninguém. Não aceito”, garantiu.
Já na recta final da sua intervenção, o PR voltou a falar de golpe de Estado, mas desta vez para pedir aos militares e polícias para não se envolverem, porque depois, os mandantes não correspondem .