“É preciso que a sociedade conhece a importância da vacina na prevenção de doenças e quais os melhores hábitos alimentares para combater a má nutrição. Quem pode ajudar com estas informações, são os jornalistas devido o poder dos seus instrumentos através da sensibilização, informação e educação. As sociedades precisam de conhecer bons hábitos alimentares”. Essa foi ideia global retida durante o 1º Fórum dos Médias sobre a saúde infantil, vacinação e nutrição que decorreu de 21 a 23 de Novembro em Lomé Togo, organizado pela REMAPSEN com o apoio do Unicef. A Representante da Plan Internacional no Togo, disse no final do Iº Fórum que, as acções dos jornalistas são fundamentais para o bem-estar das crianças. No seu discurso durante a cerimónia do encerramento do Fórum, ela defendeu o alargamento das acções dos jornalistas junto dos decisores, através da informação, sensibilização, mas sobretudo acompanhamento da implementação de algumas políticas relativas a infância e a importância da vacinação.
No último dia dos trabalhos, a Direcção Executiva da Rede dos Medias para Saúde e Ambiente (REMAPSEN) atribuiu prémio aos jornalistas e países mais empenhados nas suas acções. Os prémios dividios em categorias, dois foram atribuídos os nomes dos ex-membros da organização já falecidos, Brigite Mopane e Tibault Adjiboun, e outro ao ex-Director Regional da Onusida, Michel Sidibé.
Sobre os trabalhos, a Representante do Plan no Togo deixou a seguinte mensagem para os jornalistas. “O poder dos jornalistas é enorme. É bom que saibam utilizar o seu poder a favor das acções capazes de tirar as crianças do nosso continente na grave situação em que se encontram. Os jornalistas devem explicar a importância da vacina como elemento capaz de ajudar na prevenção de doenças evitáveis”, indicou.
O Fórum do Togo, foi para os mais de sessenta jornalistas presentes (45 deles vindos dos países da África Ocidental e Central) foi uma oportunidade para conhecer graves dados ligados a criança em matéria de nutrição e mortalidade materno infantil.
No terceiro dia dos trabalho, Koman Kouedjadjo, nutricionista abordou o tema: ‘nutrição das crianças na África Ocidental e Central’. Os dados por ele abordados são extremamente graves, o que lhe levou a alertar que, os jornalistas precisam de informar e sensibilizar as sociedades sobre a importância da nutrição para o ser humano, mas principalmente para a criança. “Primeiro, a sociedade deve, através de vocês saber que, precisamos da nutrição para ter energia; para crescer; para recuperar e para protegermos das doenças. Precisam de saber que, as necessidades de nutrição também variam da idade, sexo, nível da actividade física, peso e da situação de saúde de cada um. As nossas sociedades têm a obrigação de saber isso através dos jornalistas”, sublinhou Koman Kouadjedju na sua apresentação.
Sempre com persistentes chamadas de atenção sobre a má nutrição exibindo exemplos, o nutricionista alerta que, uma das mais visíveis consequências imediatas são os desequilíbrios que provoca. “Temos vários tipos de má nutrição. Ela pode ser aguda, crónica, subnutrição ou ou carência em micronutrição. “Em cada um destes tipos, há um problema. Atraso no crescimento; insuficiência de peso em, relação a altura ou idade; Para além dos problemas sociais que a má nutrição provoca, atrasa o crescimento de um país. Porquê? Porque a má nutrição quando ela vem da nascença, acaba por ter influência na educação e consequentemente no desenvolvimento económico e social”.
Referindo aos números da situação de má nutrição na Áfrca Ocidental e Central, o nutricionista começou por revelar que, a África Ocidental e Central têm 90 milhões de crianças de 0 à 5 anos. Nesse número, segundo disse, 29 mil sofre de atraso no crescimento. A previsão, insistiu é para que até 2030, este número de mal nutridos seja reduzido para 17 mil. “Até lá, muita coisa precisa de ser feita. Por exemplo, 87 milhões de pessoas na África Ocidental e Central são afectadas por crises de diferente natureza. 8 milhões, são crianças de 0 à 5 anos”, rematou.. Os mesmos dados apontam que, na África Central são 13 milhões e 6,5 milhões de pessoas afectadas pela crise, são crianças de 0 à 5 anos de idade”.
É importante consumir o que é local”
Na subnutrição, continuo Koman Kouadjedo, existem 29 milhões de crianças de 0 a 6 anos de idade. “Nesse número, apenas 3 milhões recebem alimentação mínima”, projectou. Os problemas estão identificados e faltam as soluções que, conforme o conferencista, os jornalistas são parte importante para a divulgação. “Temos oito grupos de alimentação, mas apenas 5 são conhecidos. Como é que são utilizados nos nossos países? É este o papel dos jornalistas. Falar dos grupos e ajudar a sociedade a conhecer o que é bom consumir. Saber que é importante dar um ovo diariamente a uma criança; consumir legumes; frutas. isso é que os jornalistas precisam de informar”.
Kouadjedjo, durante os debates respondeu as questões sobre a qualidade dos alimentos que são consumidos. Trouxe um elemento que, segundo ele é importante. “A maioria dos nossos técnicos estudaram com livros da Europa. As suas orientações para hábitos alimentares estão mais ligados a realidade europeia. Os jornalistas podem ajudar. Falar com os nutricionistas e ajudar a informar o que é bom. Consumir o que é natural e que é produzido localmente, seria uma boa orientação alimentar”, aconselhou.
Face aos prob lemas tão graves, Kouadjedjo alertou sobre os desafios principalmente num continente com um sistema de saúde fraco e que não é financiado. “Isso tem de levar que se explorem as oportunidades. Que se protejam os regimes alimentares e optar por práticas que favorecem uma nutrição óptima para todas as crianças.
Relativamente aos prémios, os individuais, para o ambiente denominados, prémio Tibauilt Adjiboun, ganharam jornalistas de Benin, Congo e Togo. Nos prémios de Saúde, atribuídos o nome de Brigitte Mopane, os laureados foram do Togo, Senegal e Burquina Faso.
O próximo Forum sobre a saúde reprodutiva deverá ter lugar na RDC numa data a indicar.