O analista político, Fransual Dias, dirigente do PRS apresentou nas redes sociais, com carácter de irrevogabilidade, o seu pedido de demissão do cargo de membro de Conselho de Estado, para que foi nomeado por Umaro Sissoco Embaló, depois deste assumir às funções de Presidente da República em 2020. Fransual Dias disse ter apresentado a demissão de forma informal, porque o PR, Sissoco Embaló tem o hábito de tratar os assuntos do Estado dessa natureza. Na carta, Dias atacou ao vice-PM, Soares Sambú, ministro do Interior, a quem acusou de ter forçado Umaro Sissoco Embaló a nomeá-lo nas funções e de ser a pessoa mais perigosa do sistema.
“É com muita mágoa que decidi apresentar meu pedido de demissão, ao cargo do Membro do Conselho de Estado, que faço por esta via de Facebook. Para seguir a sua forma informal de tratar os assuntos do Estado”, disse Fransual Dias.
Pelo histórico dessa passagem nessas funções, Fransual Dias nunca teve relações saudáveis com o PR, sendo quem mais o confrontava nas reuniões. Na carta, o demissionário fez transparecer essa situação. “Além de ter resistido contra ventos e marés, apesar do cúmulo de tristonhos de desgovernação sucessiva que o seu regime faz, por sua direta ordem ou por iniciativa de pessoas do circuito”.
Na hora de partida, Fransual Dias continua a proferir ataques fortes contra o sistema e o PR, porque segundo a sua conclusão, o Chefe de Estado fez questão de participar activamente nisto. “Tendo chegado ao ponto de você e seus comparsas, mandar homens armados para me atacar em minha própria residência, com vários tiros dirigidos ao portão e a parede, cujos sinais visíveis, não restam mais condições para eu me continuar a vergar o título de Membro do Conselho de Estado perante este humilde e inteligente povo, de que queria fazer há muito tempo, não o tendo feito por razões estratégicas, que acabaram por se desmoronar completamente”.
Em relações aos outros e colaboradores do Chefe de Estado, “faço questão de lhe dizer que a pior pessoa na sua fileira de desmandos chama-se Soares Sambu”.
“Que além de lhe ter imposto a nomeá-lo. Vice-primeiro-ministro, um cargo constitucionalmente inexistente, impôs-lhe recentemente e muito estranhamente a nomeá-lo cumulativamente ao cargo do Ministro do Interior, cujos dados do seu papel ali estamos a registar cuidadosamente”, acusou o agora, ex-membro do conselho de Estado..
E acrescentou: “Ele, Soares Sambu, após o atentado violento me ligou para solidarizar-se comigo, sem no mínimo cuidar de me perguntar se estaria interessado em alguma necessidade de segurança.
Senhor Presidente da República, tome cuidado com o Soares Sambu”, aconselhou.
Para Fransual Dias. o pedido de demissão é irrevogável. “Quando tiver tempo, irei formalizá-lo numa carta oficial. Por agora, já retomei a campanha pré-eleitoral rumo à vitória esmagadora do Partido da RENOVAÇÃO SOCIAL (PRS) nas próximas eleições legislativas marcadas para 04.06.2023”, concluiu.