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Presidente da Guiné-Bissau admite ter sido atacado por narcotraficantes

O Presidente da República disse no princípio da noite de 1 de Fevereiro que, as acções armadas ocorridas no Palácio do Governo visavam não só subverter a Ordem Constitucional como também eliminá-lo fisicamente. Numa mensagem a nação a propósito do suposto golpe de Estado, Umaro Sissoco Embaló revelou ter vivido durante cerca de 5 horas um autêntico terror com tiros contínuos de armas automáticas. Para ele, não só os militares intervieram-se nisso, como também pessoas ligadas ao narcotráfico. Disse que está a ser vítima do combate que tem travado contra os narcotraficantes.
Numa conferência de imprensa presenciada pelo Primeiro-ministro Nuno Gomes Nabian, o PR foi quem assumiu para explicar a Nação o que aconteceu. Começou por declarar que, é um crente e acredita que Deus vai continuar a protegê-lo.
“Em pleno Conselho de Ministros, não podem imaginar o que é que o Presidente da República, Comandante Supremo das Forças Armadas, o Primeiro-ministro e outros membros do Governo foram surpreendidos com tiros de armas automáticas. Artilharia pesada e metralhadoras. Foi um tiroteio que durou cerca de 5 horas de tempo para se poder resgatar o Comandante Supremo”, explicou. Após apelar a serenidade a população, Sissoco Embaló afiançou que, as forças republicanas conseguiram estancar o mal ou o eixo de mal que atentou-se contra a democracia. “O poder é conseguido através das urnas”, indicou.
O ataque ao Palácio do Governo provocou várias perdas de vidas humanas. Ao referir-se a isso, o PR assegurou que o país está de luto, porque, houve republicanos que decidiram dar próprias vidas para evitar que o PR fosse atingido. “É incompreensível ambição de duas ou três pessoas pensarem que, este país não tem o direito de viver na paz. Custava-me acreditar que podíamos chegar a este ponto. Custa-me acreditar se um guineense pudesse novamente praticar actos de violência”, estranhou.
Apesar de alegar a intensidade dos confrontos entre as forças, Umaro Sissoco Embaló manifestou total serenidade na frente a frente com os jornalistas e em nenhum momento acusou alguma pressão. “Preferia que os atacantes viessem junto de mim para me explicar os motivos. Se tiverem razão, eu não tenho nenhum problema de ter outra posição. Não nasci para eternamente ser Presidente da República. Estou aqui, porque a maioria confia em mim”, afirmou.
Após estas constatações, o PR apelou a Comunidade Internacional para apoiar a Guiné-Bissau e elogiou os militares guineenses. “Não são apenas os militares que estão metidos nisto. Há uma conivência dos narcotraficantes. Muita gente metida neste barulho, fazem parte das pessoas sob investigação que estamos a levar a cabo”, revelou.
Em resposta a perguntas dos jornalistas, o Presidente da República assumiu que não podia conhecer muitos pormenores do sucedido, porque durante 5 horas estava sob ferro e fogo no Palácio do Governo. Mas confirmou que a confrontação teve mortos que serão apurados posteriormente, mas garante que todos os membros do Governo saíram ilesos. “É um golpe que ainda não tem caras, mas posso dizer que foi uma coisa muito bem organizada. Não quero avançar para não complicar a investigação em curso, mas posso garantir a todos que, a situação está sob controlo”, asseverou o PR.
Único a falar no encontro e sem qualquer possibilidade para o PM ou seu vice pronunciarem, Umaro Sissoco Embaló confirmou que houve detidos, mas não podia revelar mais pormenores, porque a carga de tiros, ultrapassa a guerra de 7 de Junho. “Mas estou feliz. Porque depois de ter sido resgatado do Palácio do Governo, na estrada para a presidência vi pessoas que se dirigiam ao local onde estava. Eram na maioria, jovens. A dizerem, Presidente foram nós que te elegemos, vamos defender-te. Nem os tiros conseguiram demovê-los. Para eles, o meu muito obrigado. Obrigado a todos os guineenses”, agradeceu o Chefe de Estado.
O PR recusou sobre a presença de Bubo Na Tchuto na Marinha e disse que no momento de aflicção falou com muitos Chefes de Estado. “mas daqui para frente, muita coisa vai mudar. Mas é bom que fique claro. Não tenho cultura de violência e vou evitar isso, porque a Guiné-Bissau não merece”, concluiu.

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