Está longe de chegar ao fim a problemática do avião, Airbus A340 retido em Bissau a mando do Primeiro-ministro. Com o país a aguardar o resultado do inquérito sobre a proveniência e carga transportada ou o seu percurso nos últimos quatro anos, um novo elemento veio a ribalta. No dia 28, o Primeiro-ministro recebeu elementos dos partidos políticos e da Sociedade Civil para falar sobre os últimos acontecimentos na Guiné-Bissau, e uma das questões mais sonantes foi o caso do avião. O aparelho terá sido abatido dois dias depois de estar no país, pelo que neste momento existem muitas questões pendentes a volta do mesmo. Internamente os ânimos parecem serenar porque nem todos sabem que o avião já não tem dono, pelo que uma das maiores probabilidades é a sua permanência no país. as atenções dos guineenses estavam mais viradas por uma suposta carga ilícita que o aparelho terá transportado, mas enquanto o relatório não existir, as expectativas continuam.
A questão do abate do avião foi subtilmente abordada pelo Primeiro-ministro no dia em que foi ouvido no parlamento sobre a situação política do país, mas nem todos prestaram atenção sobre o assunto. As curiosidades começaram a despertar-se sobre o assunto a medida que o assunto começou a cair no esquecimento. Muitros acharam que o aparelho continuou retido porque o PM assim quer, mas realidade é que, o avião por não ter patente, não pode deslocar para nenhum país.
Segundo dados fornecidos pelos serviços aeroportuários, o avião entrou e aterrou na Guiné-Bissau com patente de gâmbia ‘C5’, mas neste momento já não verga a mesma.
Não se sabe quais foram os motivos que estiveram na origem do abate, mas um técnico aeronáutico explicou que, os abates dos aviões se fazem por várias razões. Ou por estar fora de navegabilidade, ou por ter sido roubado ou por exportação para um país estrangeiro. “Podemos até dizer que este aparelho preenche alguns critérios atrás descritos. Mas, falta saber quem pode estar por detrás de tudo isso”, disse.
O avião Airbus A340 tem vários motivos para estar em polémica. O Primeiro-ministro continua a defender que o aparelho entrou no país de formas ilegal, enquanto que, a Presidência, na voz do Presidente da República, diz tratar-se de um procedimento bem observado e com conhecimento de diferentes estruturas da aviação civil. Umaro Sissoco Embaló chegou ao ponto de considerar que, o A340 “é um avião de gente séria”, talvez mais sérios do que ele.
A verdade é que jamais se soube de quem é o aparelho e muito menos foi tornado público o documento com o qual, o Chefe de Gabinete do PR pediu autorização de aterragem.
PM discutiu novamente o assunto
No encontro com as forças vivas da Nação, o PM não só tratou da questão do avião, como também do acordo de cooperação assinado com o Senegal de forma clandestina. André Deuna, dirigente da APU, partido de Nuno Gomes Nabian confirmou a imprensa que o encontro com o Chefe do Governo foi mesmo para tratar dos últimos dossiers quentes. E nestes dossiers citou o caso do avião, do acordo e ameaças de dissolução da ANP que culminaria com a queda do Governo.
O desconforto de Umaro Sissoco Embaló sobre estes temas e de tal forma evidente que, quando o PM denunciou a existência do Acordo, o PR apareceu em público para convidá-lo a ler, porque o que havia sido assinado, não era Acordo de exploração petrolífera, porque o país não tem este recurso, mas sim acordo de gestão de cooperação.
As palavras de Umaro Sissoco Embaló não só não convenceram, como não impediram para que os deputados da Nação votassem uma resolução que anula o Acordo. E, reagindo a resolução, o PR avisou que, a matéria é de sua exclusiva competência e que os deputados agiram como uma turma de 4ª classe.