Política

PR diz que os deputados estão a dar motivos para a dissolução da ANP

O Presidente da República ameaçou dia 20 de Outubro corrente dissolver a Assembleia Nacional Popular caso prevalecer aquilo que chama de cenas de circo que estão a serem protagonizadas pelos representantes do povo. De regresso ao país depois de uma visita de algumas horas a Guinée-Conacri, Umaro Sissoco Embaló disse que o comportamento irresponsável dos deputados da Nação pode precipitar a dissolução do parlamento a qualquer momento. Afirmou que não é nenhum mediático e não pode estar a suportar cenas de filmes, pelo que a melhor decisão é ver tudo aquilo encerrado para se acabar com a bagunça na Guiné-Bissau.

A situação do parlamento até não estava na ordem do dia, mas o PR mostrou não ter gostado dos pontos constantes na ordem do dia, sobretudo quando os deputados agendam a discussão sobre a crise política e social no país. Sissoco Embaló nega categoricamente que haja crise, mas para acabar com toda a brincadeira, disse ser preferível dissolver o parlamento.

“É neste momento a decisão mais fácil de tomar. Está em minhas mãos e não pode durar sequer um segundo. Vamos rapidamente acabar com estas cenas de filme. Eu não sou palhaço e não posso meter-me em cenas de palhaçaria”, começou por afirmar o Chefe de Estado, sobre o parlamento guineense que nos próximos tempos deverá reunir em mais uma sessão ordinária.

Para a mesa da ANP, a greve que já dura 11 meses na Função Pública, a falta do funcionamento das aulas nas escolas públicas e o recente boicote dos médicos que resultou na morte de muitos cidadãos, são situações que merecem ser debatidas.

Com palavras contundentes e sempre em tons de ameaças, o PR assegurou que, quando os deputados se colocam na situação de vulnerabilidade com este comportamento facilitam logo a sua tarefa. “Esta Assembleia tem dias contados. Dias contados significa que posso derrubar hoje ou a qualquer momento. Tudo está em minhas mãos. É uma questão de segundos. E já avisei que, bagunça jamais será aceite neste país. Acabou. E repito: os deputados estão a dar-me motivos para dissolver o parlamento. Foram eles é que escreveram de que há crise”, insistiu.

Para provar que não está a brincar, o PR recorreu a alguns exemplos que revelam que, desde que assumiu às funções, a dissolução da ANP sempre esteve na sua agenda. “Este comportamento dos deputados é como quando um gato estiver esfomeado e lhe colocares longuiça no pescoço. Só vai acontecer uma coisa: comer. Tomem nota daquilo que os deputados disseram na ANP. Disseram que há crise política. Eu vou tomar as minhas notas com os meus Conselheiros”.

A Orderm, do dia para a sessão do mês de Novembro é o único motivo neste momento para justificar a ira do PR. Num conjunto de pontos agendados, um se refere a actual situação do país que a mesa agendou como crise política. O PR recorreu a um segundo exemplo com ironia para alertar aos deputados que, é possível apanharem por tabela.

“Contaram o significado de um ditado denominado ausa. Por exemplo um homem que casar com quatro mulheres quando bate uma delas, as outras devem ficar mais atentas, porque uma pequena falha pode ser motivo para uma ser também espancada. Porquê? Porque se você não cuidar, o marido pode dizer que, pela tua distração fizeste algo que justifica espancamento”.

Usando o termo francês  ‘ne importe qui’, o PR assegurou que os deputados da Nação devem definitivamente perceber com quem estão a relacionar. É Umaro Sissoco Embaló e não está para aturar nenhumas brincadeiras. “Comigo as experiências podem sair muito caro. Façam as vossas cinemas, mas não contem comigo. Porque envolvendo-me em cinemas, isto terá efeitos negativos. Não vou permitir bagunça e desordem neste país. Quem tentar vai lhe custar muito caro”, advertiu o Chefe de Estado.

Questionado se a dissolução da ANP não poderá ter efeitos mais indesejados tendo em conta que neste momento suporta o actual Govern, Umarpo Sissoco Embaló foi categórico. “Você disse suporta o Governo. Mas será que é esta assembleia é que suporta o Presidente da República. Quem me suporta é o povo. O meu compromisso é com o povo. O que gostaria de dizer é que, teatro, bagunça, jamais acontecerão na Guiné-Bissau”, frisou.

Related Posts