A decisão do Juiz Conselheiro Ladislau Embassa não concorrer ao cargo do Presidente do STJ depois da morte de Saido Baldé, foi estratégica. Contrariamente a possibilidade de assumir um posto no exterior, Ladislau Embassa decidiu não concorrer, porque entende que a sua base eleitoral está desfalcada e verificou-se nos últimos tempos falta de consenso entre aqueles que podiam ser seus potenciais votantes. Os Conselheiros Paulo Sanhá e Rui Néné que em Maio votaram no Conselheiro Ladislau Embassa jubilaram, e os demais Conselheiros, Juca Nancassa e Osíris Ferreira apresentaram-se como candidatos. Numa avaliação que terá sido feita sobre essa situação, o Conselheiro Embassa preferiu não avançar, tendo em conta a ruptura que não garantiria a partida algum resultado positivo.
Fontes próximas ao Conselheiro garantiram ao UH que, Ladislau Embassa não gostou de ouvir ou ler informações em como terá desistido da candidatura devido a possibilidade de assumir um posto internacional, nomeadamente Comissário da UEMOA.
“O Dr. Embassa não tem qualquer aproximação com ninguém. Por aquilo que sabemos interessa-lhe ser presidente do STJ mais do que outras funções. Mas infelizmente a realidade é esta. Não existem condições sustentáveis em como se avançar vai ganhar”, revelou.
Depois de ficar no segundo lugar com uma diferença de um voto em relação ao vencedor, Saido Baldé nas eleições de Maio último, Ladislau Embassa era dado como certo na presidência. O país foi apanhado de surpresa quando não se viu que ele não era candidato.
Alguns sectores judicial asseguraram que, Embassa não justificou a razão pela qual não avançou numa corrida em que todos lhe reconhecem o favoritismo. A fonte que falou ao UH desmente essas alegações e garante que, todas as estruturas nas quais integram juízes com capacidade eleitoral activa, Ladislau Embassa explicou.
“Agora, o que não se podia fazer era ver o Dr. Ladislau Embassa a promover um a Conferência de imprensa para falar dessa situação. Também não se pode esperar que ele estaria ali a dar satisfações aos juízes de direito. Não. O que posso garantir aqui é que, todos os Conselheiros; todos os desembargadores, sabem do motivo que esteve na origem da não apresentação do Dr. Embassa”, explicou.
Relativamente a questão de um posto internacional, como o próprio vice-presidente do STJ, Lima André fez questão de alegar como o motivo da não candidatura, essa possibilidade “não foi liminarmente afastada”, mas garante que não é decisiva.
“Ser presidente do STJ é melhor comparado com um posto na UEMOA. Qualquer magistrado fará sempre esta opção. Agora se a partir do momento em que não concorrer admite-se que possa ser. Mas o importante aqui é que deve ficar claro de que não foi isso que pesou”.
No dia em que falou sobre o contencioso na Comissão Eleitoral, o Conselheiro, Lima André disse que, Ladislau Embassa está indisponível, porque deve ocupar um posto ma UEMOA. Rapidamente se fez a ligação com a não candidatura, mas as estruturas que defendem Ladislau Embala demonstraram que, uma coisa não tem nada a ver com a outra.
Eleições adiadas
Entretanto quanto prevalece a polémica entre os membros da Comissão Eleitoral, está cada vez mais provado o adiamento. Faltam 12 dias para as eleições, mas nem as candidaturas foram reclamadas. O presidente da Comissão alega que, não há condições para eleições, enquanto não se preencherem as vagas nas Câmaras que compõem o STJ e disse que neste momento o único Conselheiro disponível, pelo que, em caso de contencioso não há como redimir.