O Boicote que dura uma semana continua a provocar ausência do público no Hospital Nacional Simão Mendes. O repórter de Jornal Última Hora constatou que quase todas as enfermarias estavam vazias, exepto duas mulheres internadas na maternidade e algumas crianças consideradas casos críticos na pediatria. Na urgência a situação é de lamentar, porque as salas que costumavam estar lotadas de pessoas a procura de atendimento estavam todos vazios, exepto algumas pessoas no corredor e que não estavam a ser atendidos.
Um funcionário de Ministério das Finanças no local confessou estar triste com a situação, para depois dizer que as receitas desde inicio de boicote caiu para nível de dois a três por centos. Um médico encontrado nos serviços de pediatria disse que apenas estava a prestar o serviço mínimo e que apenas casos considerados de graves serão atendidos.
Segundo uma informação apurada pelo nosso repórter junto da direcção do Hospital, os Directores de serviços que se demitiram em bloco das suas funções alegando que seus lugares foram ocupados pelos militares, foram todos reconduzidos e a fonte recusou adiantar se a reintegração foi mediada pela comissão especializada da ANP para área de Saúde.
Entretanto contactado via telefônica para esclarecer se os membros de sindicato já foram ouvidos pelo Ministério Público que decidiu abrir um inquérito para apurar responsabilidades sobre o boicote dos técnicos de saúde, Yoyo João Correia, presidente de Sindicato de Enfermeiros e Técnicos de Saúde disse que ele pessoalmente não foi notificado e muito menos contactado por nenhum magistrado do Ministério Público. Sobre as negociações com o Governo, Yoyo João Correia disse é UNTG que tem liderado o processo.
Júlio Mendonça, Secretário-geral da UNTG disse que já entregou mais um pré-aviso de greve e que segundo ele assumira novas estratégias, contudo não avançou com detalhes.
Numa publicação de DW Júlio Mendonça responsabiliza o Governo e Presidente da Republica por estes terem assumido um comportamento radical. Nesta entrevista, Mendonça, qualificou as declarações Sissoco Embaló de sem enquadramento constitucional, porque segundo ele Presidente da República não é Chefe de Governo. Júlio Mendonça garantiu que existe um pré-acordo, contudo avisou que se as partes não conseguirem chegar a um entendimento, já deram entrada a um novo pré-aviso.
O repórter de Jornal Última Hora questionou o Secretario geral sobre qual entidade que estaria a liderar as negociações, Mendonça respondeu que, na ronda anterior o processo foi liderado pelo advogado, José Paulo Semedo como representante de Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam. Na conversa Julio Mendonça frisou que foram chamados mais uma vez a mesa de negociações, mas desta vez foi o Ministro de Função Publica que o contactou, para mais uma ronda negocial.
Nas regiões a situação não muito diferente, o nosso repórter contactou pessoal de saúde colocado no centro de Ingoré, confirmou a paralisação, contudo garantiu que estão a prestar serviços mínimos sem direito ao internamento. A mesma situação se verifica em São Domingos, Adelino Lima representante de SINETSA no local disse que a paralisação foi total no primeiro dia. Contudo disse que nos dias seguintes estão a prestar serviços mínimos.
Na região leste a situação é idêntica aquilo que se passa em Bissau, com ênfase para hospital regional de Gabú onde uma paciente grávida deu luz na rua perto de hospital e ao voltar para sua tabanca o bebe acabou falecendo. Em Bafatá duas mulheres deram luz no pátio de Hospital no primeiro dia do boicote, mas neste momento os serviços mínimos estão a ser prestados como nos conta um medico no local.
Nuno Nabian tem de cumprir as promessas
Nas negociações que decorreram no dia (28) entre as partes foram inconclusivas conforme nos contou Yasser Turé Presidente da comissão negocial de greve. Segundo Turé em causa estava alteração dos pontos previamente acordos com o PM, Nuno Gomes Nabiam.
“Já devíamos ter chegado a um ponto de convergência tal como foi acordado com PM que até prometeu que gosta de assumir para depois não cumprir. Depois do acordo verbal, ele nos pediu para elaboramos um draft que será assinado entre as partes e nós fizemos isso e nunca mais fomos chamados. Só vieram nos chamar para a mesa depois de boicote. Curioso é que na reunião do dia 28, o Governo alterou tais pontos previamente acordos e nós não estávamos de acordo com isso”, informou Yasser Turé.
Turé pediu ao Primeiro-ministro a cumprir com as suas promessas caso contrário não haverá acordo. Questionado sobre o que pode levar os sindicatos a levantar a greve, Yasser Turé disse que é preciso resolver assuntos com seriedade e salientou que se o PM cumprir com promessas feitas a greve será levantada.
Iaia Sama