No final da semana passada, as ilhas de Cabo Verde foram declaradas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) livre de Malária também chamado paludismo. Em declarações ao Última Hora a propósito, Januário Biaguê, Coordenador do Programa de Luta Contra a Malária do Ministério de Saúde da Guiné-Bissau elogiou o feito conseguido por Cabo Verde, mas disse que a Guiné-Bissau ainda não pode esperar o mesmo a breve trecho. Segundo Biaguê, neste momento, a Guiné-Bissau está na fase de controlo e não de eliminação. “Neste momento estamos em busca da pré-eliminação”, disse Biaguê.
Conforme o Coordenador, as acções da Guiné-Bissau neste momento, giram a volta da estratificação da Malária e ainda não dispõe de informações concretas para solicitar que seja feito algo nesse sentido. “Neste momento precisamos de saber qual a região sanitária mis atingida. Depois das regiões, temos de identificar as áreas sanitárias. Esses trabalhos ainda não concluíram. Quando forem concluídos, avançamos para acções”, disse.
Para além da questão da identificação das zonas, o Coordenador sublinhou a questão da precisão do período em que o Paludismo mais ataca na Guiné-Bissau. “Neste particular, já estamos avançados. É mais nas épocas chuvosas. Porque a profilaxia sazonal deixa entender qual o período. Tudo isso são questões que são fáceis de confirmar se os trabalhos fossem contínuos. Mas infelizmente aqui avança-se pára; avança-se pára e não se consegue trabalhar com a dinâmica necessária”, lamentou.
Quanto as acções que desenvolvem para o combate a malária no país, disse que no público dominado pelas crianças, realizam campanhas anualmente. Relativamente as grávidas, assegurou que as acções vão além. “Garantidamente não pagam consultas e ainda recebem medicamentos para o tratamento, sempre que forem diagnosticados plasmódio”, afirmou.
Importa destacar que, a Organização Mundial de Saúde (OMS) certificou Cabo Verde como país isento de malária (também chamada paludismo), segundo um comunicado publicado agora pela RBM Partnership to End Malaria, principal plataforma global de combate à doença.
Cabo Verde junta-se assim a 42 outros países e um território que receberam antes este certificado por parte da OMS, e é apenas o terceiro país africano, depois da Ilha Maurícia e da Argélia, a conseguir este estatuto.
Segundo o comunicado, “Cabo Verde eliminou com sucesso a malária depois de implementar um plano estratégico de controlo da doença entre 2009 e 2013, que se centrou num diagnóstico alargado, em planos de tratamento precoces e eficazes e numa maior vigilância e notificação de todos os casos de malária. Quando surgiu uma epidemia de malária em 2017, Cabo Verde aproveitou a crise para identificar outras áreas de melhoria no seu plano de controlo da doença, o que resultou em três anos de zero casos autóctones”. O documento frisa ainda que “o empenho do país na vigilância extensiva da malária durante a pandemia da COVID-19 manteve Cabo Verde livre da doença”.