A Polícia Judiciária (PJ) abriu o inquérito sobre os pagamentos pelo Governo de Nuno Gomes Nabian aos supostos credores do Estado de 2020 a 2023. Depois das denúncias no parlamento em como, o modelo dos pagamentos recentemente criticado no Parlamento e que levou a prisão os membros do Governo de Geraldo Martins, foi rigorosamente aplicado pelos ex-ministros das Finanças e com base nos mesmos critérios, pelo que a PJ decidiu abrir o processo.
Segundo informações apuradas pelo Jornal Última Hora, o anúncio da abertura do processo de investigação já foi inclusive comunicada ao Ministério público. “Não sei em quê é que vai resultar, mas a única garantia que posso deixar é que o processo vaio até ao fim”, confidenciou ao UH, um alto funcionário da PJ.
Nessa primeira situação serão ouvidos quatro ex-membros do Governo. Dois ministros das Finanças (neste caso, Ilídio Vieira Té e Mamadú Fadiá) e dois Secretário de Estado do tesouro. Na análise a situação, os técnicos da PJ, consideram que, os pagamentos anteriores foram mais avultados e não podem ter causado mais danos ao país, porque se trata de 9.4 biliões de Fcfa.
A Título de exemplo revelou que, em 2020, o pagamento a supostos credores com base nos critérios que agora estão sendo contestados, tirou nos cofres do Estado, 1.6 biliões de Fcfa. Em 2022, o Ministério das Finanças voltou a recorrer os mesmos critérios e pagou cerca de 5 biliões de Fcfa a supostos credores do Estado, porque foram 4,6 biliões de Fcfa. No ano 2023 na qual o Governo cessante dirigido por Nuno Gomes Nabian geriu apenas três meses, o pagamento foi de 3,1 bilião de Fcfa.
Todo esse montante, conforme o somatório do Ministro das Finanças totalizou 9.4 biliões de Fcfa. Uma das diferenças verificadas é o facto de existirem na lista na posse de PJ, de supostos empresários que receberam nos três anos em que os pagamentos foram registados.
“Para que se faça justiça, existem questões que devem, ser esclarecidas. E pessoas que no passado praticaram estes actos, têm a obrigação de m0ostrar a diferença. Porque, se na verdade eles optaram pelo mesmo modelo dos anteriores, nada justificava o que estamos a assistir. Arrolar alguns e deixar os outros. Na PJ, todos eles vão responder, porque excistem iguais suspeitas de lesar o Estado”, frisou.