Os membros da Rede dos Media em Matéria de Saúde e Ambiente (REMAPSEN) mantiveram na manhã de hoje (25) com a INTRAHEATLH (uma ONG independente que actua no domínio da saúde), uma acção de formação sobre a fístula obstétrica e fistula genital feminina. Durante um encontro de cerca de uma hora e trinta minutos, Cheick Touré abordou o tema “Fistula obstétrica em África – falemos” onde falou dos graves problemas que são causados pela mesmas a saúde da mulher. Segundo informou, os dados da OMS revelam que, no mundo existem mais de 2 milhões de mulheres com problemas de fístula (obstetrical como genital) e nesse número cerca de 92% vivem em África Subsariana. A meta é erradicar a Fístula até 2030.
A gravidade dos dados, como assinalou, está ligada a “situação de cuidados de saúde nessa zona do continente”, em que entre outros factores que favorecem a fístula destacou o casamento precoce, a pobreza, a má nutrição, práticas nefastas como a excisão, inacessibilidade geográfica dos cuidados de saúde, erros médicos e recurso tardo aos centros de saúde especializados.
Para as mulheres infectadas com a fístula, o Director Regional da INTRAHEATLH, que é também um especialista em matéria de saúde, diz que o parto natural não é radicalmente negado, mas “o mais aconselhável é o recurso a cesariana nos centros adequados”.
“Temos casos em que as mulheres dizem que já tive os meus cinco filhos em casa sem se precisar de ir aos centros especializados. Pode até acontecer assim. Mas essas mulheres devem saber que, cada gravidez pode ter os seus problemas e as suas complicações. Em vez de estarem a correr riscos, melhor é fazer o mais seguro que é a cesariana num centro adequado”, aconselhou.
No seu entender, é preciso que se faça tudo para recuperar as mulheres infectadas com a fístula e dar mais importância a gravidez e ao parto. Isso tem de ser feito para que cada mulher possa dar luz num ambiente de segurança para si e para o bebé.
Nas questões colocadas por jornalistas, se questionou a viabilidade da meta “erradicar fístula até 2030 nos países da África Subsariana”, em resposta Cheick Touré que se considera um optimista afirmou ser bom que os países trabalhem para ter grandes progressos e dar oportunidade a mulher.
“É importante fazer a sensibilização e nessa campanha, colocar as mulheres informações em como, fístula é uma doença que pode ser tratada””, sublinhou. Na sua comunicação, Cheikh Touré revelou que, a fístula cresce nos países africanos, Ásia e América latina devido a falta de agentes de saúde.
Por isso e para uma maior prevenção ele indicou que, é preciso ter um plano de maternidade e respeitar os espaçamentos de nascença das crianças numa mulher. Também alertou que, as grávidas devem dar luz no centros e estruturas com agentes de saúde, evitar trabalhos prejudiciais durante a gravidez e vigiar os trabalhos de parto. “Deve-se evitar casamentos precoces. Quando uma mulher ficar grávida ela tem de fazer consultas pré-natais. E finalmente, os partos devem ser realizados nos centros adequados”.
Quanto ao Papel da REMAPSEN, Touré não tem dúvidas que os jornalistas podem ajudar a ampliar a voz da INTRAHEATLH, na mobilização das políticas públicas a favor da saúde da mulher e criança, mas sobretudo garantir maior quantidade e qualidade de informação sobre a matéria.
“O importante que a imprensa aborde essa matéria como deve ser. Chamar atenção sobre os locais onde se devem fazer partidos. Dar luz em casa é risco. Isso tem de ficar claro para cada mulher ou o seu marido. As leis contra o casamento precoce devem ser aplicadas. Tudo isso, a imprensa ou a REMAPSEN pode ajudar a divulgar”, referiu.
INTRAHEALTH é uma organização com 44 anos de existência e está presente em 35 países, mas intervém em mais de 100. O seu domínio de actuação é nos recursos humanos e e agentes de saúde. “Sem agentes de saúde, não há cuidados de saúde”, disse Touré.