A prometida reunião do Conselho de Estado por parte do Presidente da República, foi um fiasco total. A anunciada decisão do Chefe de Estado que se acreditava que podia romper com a actual aliança governativa não tem lugar, momentaneamente porque não cabimento e o PR foi obrigado a recuar. Não se sabe o que é que Umaro Sissoco Embaló deverá fazer nos próximos dias, mas a verdade é que, a esperada ‘bomba atómica’ do PR, foi uma montanha que pariu rato e só cenas do próximo capítulo poderão dissipar demais dúvidas. Nuno Gomes Nabian, por inerência, membro do Conselho de Estado, não tomou parte da reunião e não houve qualquer justificação nesse sentido.
O Chefe de Estado entrou para a reunião no Palácio Rosa com a determinação de dissolver o parlamento, porque entende que há uma grave crise que impede o funcionamento das instituições. Foram vários os fundamentos invocados, mas os discursos do presidente da ANP na recente abertura do ano legislativo e a presente crise entre ele e o Chefe do Governo, sem esquecer o sector judicial, foram as principais razões para a sua pretendida reunião.
A ideia era ter o aval dos membros do Conselho de Estado para avançar, mas a maioria meteu travão e desarmaram por completo a decisão, por ser infundada.
O primeiro motivo é o desrespeito do PR aos procedimentos da convocação do Conselho de Estado para a tomada de decisões dessa natureza. Os membros do Conselho de Estado alertaram ao PR que, quando a decisão é a dissolução da Assembleia Nacional Popular, os primeiros a serem consultados são os partidos políticos, incluindo a Comissão Nacional de Eleições. Nesta perspectiva aconselharam ao PR a seguir este procedimento, se eventualmente .
O segundo motivo que terá fracassado o Conselho de Estado, foram as próprias advertências dos seus membros ao Chefe do Estado. Quase todos eles foram unânimes em alertar Umaro Siossoco Embaló sobre as inconveniências que possam advir de uma tomada de decisão tão radical. O PR terá dado uma resposta vaga, deixando a impressão que pode prosseguir com os seus intentos.
Um membro do Conselho do Estado confidenciou que, não acredita que o PR irá arriscar com a sua decisão, tendo em conta que ele mesmo não se sente acompanhado por nenhuma estrutura política. Nem o partido que o apoiou, nem o PRS e muito menos os deputados que sustentam o actual Governo.
Ausência de Nuno Nabian
Um dos elementos mais notáveis na reunião é a ausência do PM ameaçado de demissão. Devido as funções que ocupa, Nuno Gomes Nabian, é membro do Conselho de Estado por inerência, mas não apareceu. O seu gabinete fala em problemas de saúde, mas a única informação disponível é que, o PM não apareceu.
Fernando Delfim da Silva, embora não ser membro do Conselho de Estado, foi quem serviu de porta-voz. Delfim da Silva, ex-dirigente do PAIGC, é Conselheiro de Umaro Sissoco Embaló para os assuntos políticos. A imprensa, Delfim da Silva disse que o Conselho de Estado debruçou sobre a situação política do país, mas não avançou mais pormenores.