A Coordenação do Movimento Alternância Democrática (MADEM G15) está chateada com o Chefe de Estado devido as alterações feitas no Governo. Em causa está a saída do Secretário Nacional partido, Abel Gomes da Silva na pasta do Ministério da Agricultura, para dar lugar ao Conselheiro do próprio Umaro Sissoco Embaló, Marciano Silva Barbeiro. Sabe-se ainda que, Braima Camará já disse aos seus colaboradores que, também não sabe de alguns nomes que entraram para o Governo sobretudo para nas pastas que pertenciam ao seu partido. A situação está a provocar fervuras no seio partido nas primeiras horas desta manhã e o próprio Braima Camará já manifestou a sua indignação com as alterações no Executivo à alguns dos seus colaboradores. No MADEM haviam garantias em como, na remodelação as pastas dos Transportes e Administração Pública seriam alocadas ao partido, mas nada disso aconteceu quando se decidiu produzir o decreto presidencial. Uma das possibilidades na agenda do partido é a convocação das reuniões do partido para analisar a situação.
A decisão de sujeitar-se a sacrifícios para evitar as eleições e salvar a coligação, parece ter saído mal ao MADEM. No momento em que a dinâmica política apontava para uma convulsão ou mudança de posição por parte do Partido de Renovação Social (PRS) que ameaçou inclusive sair do Governo, o MADEM decidiu sacrificar para salvar a coligação. O partido prometeu cedências nas negociações com o PR, só que na recta final, Umaro Sissoco Embaló praticamente não procedeu como o combinado. A entrada de três figuras praticamente ligadas ao Chefe de Estado (Iaia Djaló, Cirilo Djaló e Tumane Baldé), associada a retirada de pastas de turismo e comunicação social, não estavam no acordo alcançado.
Perante essa realidade, os militantes acusaram Braima Camará de não ter defendido os interesses do partido, como na formação do Governo em Março de 2020. O partido perdeu o poder de influência no Governo e o Coordenador do MADEM não conseguiu sequer defender uma única pasta, que não seja o Ministério das Obras Públicas.
No sentido contrário, o PRS não só conservou as suas posições no Governo como ganhou, pelo menos com a presença dos seus militantes, as pastas da Administração Pública e controlou o Comércio onde tinha um militante que não obedecia a direcção.
Última Hora apurou que, nas negociações, tanto o PR como o Coordenador do MADEM tentaram persuadir a o PRS a fazer cedências, mas os renovadores advertiram que, a única possibilidade restante era abandonar o Governo.
Cogitou-se a entrada da UM no Governo
Mas as surpresas não se limitam apenas nas ‘golpadas’ ao MADEM, que não conseguiu nenhuma progressão nas negociações. Outra surpresa é o não aparecimento da União para a Mudança. Informações dignas de crédito dão conta que, o partido em causa já havia sido contactado até se falou na possibilidade dos seus dirigentes fazerem parte do Governo.
