O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló denunciou ontem que ouviu rumores de golpe de Estado em que às pessoas prometeram matá-lo, matar os ministros da Defesa e do Interior e o Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas. Sissoco Embaló garantiu que, apesar dessas ameaças, vai manter a sua rotina em termos de circulação, circulando nas próprias viaturas e com vidros descidos.
De regresso do Senegal, onde terá feito uma consulta médica, o Presidente guineense se referiu a este assunto quando abordava a expulsão da Ordem dos Advogados na sua sede nas proximidades da Presidência da República. Disse que o seu Conselheiro para a área de Segurança e o Conselho de Segurança Nacional concluíram que, a sede da Ordem dos Advogados podia constituir um risco, por isso foram desalojados. “Um PR não é nenhum comité; não é jornalista; não é advogado. Noutras partes do mundo, como os Estados Unidos, salvar um PR é uma honra, mesmo que toda gente morra. A minha segurança é mais importante que a Ordem”, disse Umaro Sissoco Embaló.
No entanto disse que, antes da expulsão, os responsáveis da Ordem foram indicados uma outra localidade onde podiam instalar. Revelou que trata-se de uma casa num Condomínio da Segurança Social no Bairro Internacional. “Não querem lá ir, porque querem ficar na praça. Se querem ficar na praça, que procurem outro espaço. Lá onde estão, é casa militar e não deve ser eu, Presidente da República a albergar a sede da Ordem”, afirmou Umaro Sissoco Embaló.
Informações oficiais, citando um Parecer do Conselheiro do PR para área de segurança referem que, quando decidiram expulsar a Ordem, apenas informaram que havia casa alugável no valor de 700 mil Fcfa e se a Ordem quisesse comprar, podia pagar 120 milhões de Fcfa.
Numa comunicação em que falou de quase tudo, mas sem muita consistência, Umaro Sissoco Embaló começou por abordar a sua saída no país que disse dever-se a questões de saúde, e pela primeira vez admitiu que, há um ano contraiu o vírus do covid – 19. Nunca o PR admitiu essa possibilidade, embora, na altura da morte do Chefe de Gabinete de Bhuari, Presidente da Nigéria, esta questão foi levantada pela imprensa guineense, mas não teve qualquer resposta do Chefe de Estado.
Sobre a saída de Aristides Gomes do país, o presidente da República disse que foi sensibilizado pelos presidentes do Senegal e da Nigéria e tendo em conta tudo isso, instruir ao Procurador-Geral da República para o libertar para o tratamento médico, caso não tenha nada de grave. As afirmações de Umaro Sissoco Embaló, se enquadram na tentativa do Governo de justificar que, a saída de Aristides Gomes foi por questões de saúde e não pressão diplomática. Só que, para sair do país, Aristides Gomes teve o privilégio de viajar num aparelho especial das Nações Unidas na companhia do Representante do Secretário-Geral para África Ocidental, Mohamed Ibn Chambas.
Na fronteira da Guiné-Bissau com o Senegal, há um confronto entre os militares senegaleses e os rebeldes do Movimento das Forças Democráticas de Casamansa (MFDC). Questionado se há um acordo entre os dois países no domínio militar, para justificar uma intervenção, como as autoridades nacionais são acusadas, o PR só disse que neste país há muita especulação e desinformação e que os jornalistas tentem apurar a veracidade de tudo aquilo que está a ser dito.
O PR defende que, o mais importante neste momento é as pessoas preocuparem com ganhos que o país tem conseguido e não as divisões, pelo facto dele ser Presidente da República.