sexta-feira, dezembro 26, 2025
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Candidatura de Fernado Dias reage às posições de Horta Inta-A e acusa-o de ser “agente de Sissoco Embaló”

A Directoria da campanha do candidato Fernando Dias da Costa, alegado vencedor das eleições presidenciais de 23 de Novembro reagiu as recentes afirmações do Presidente de Transição, General Horta Inta-A que acusou alguns políticos de serem traficantes de droga e de jamais pensarem em receber o país das mãos dos militares. Para a candidatura de Fernando Dias que chamou o Presidente de Transição de “autoproclamado”, as posições que este tem assumido não são nada mais que, o cumprimento das orientações de Umaro Sissoco Embaló. Primeiro, protegeram durante seis anos, um Presidente que fez aterrar três aviões que transportaram droga e nunca questionaram, segundo após o falso golpe têm feito tudo para o regresso do “ditador”. Desde que assumiu o poder, o regime de Umaro Sissoco Embaló transformou a Guiné-Bissau num verdadeiro paraíso para narcotraficantes. Todos os suspeitos condenados em grandes processos de apreensão de droga foram ilibados, libertados e/ou viram os seus bens, legalmente confiscados, serem-lhes devolvidosdenunciaram.

Consideraram o golpe de Estado de “uma farsa” e como prova disso, é o facto dos militares tere,m mantido no poder apenas os colaboradores de Sissoco Embaló e do próprio Horta Inta-A ter ficvado com quase tudo, desde funcionários, seguranças até fotos de Sissoco Embaló no seu Gabinete. A Candidatura de Fernando Dias pede a Horta Inta-A um pronunciamento sobre 5 milhões de Euros apanhados em Portugal num voo onde estavam a esposa de Sissoco Embaló e querem saber, como é que ela entrou e saiu da Guiné-Bissau com esse dinheiro.

 

Na íntegra, o comunicado:

COMUNICADO DE IMPRENSA

Sem qualquer surpresa, a Diretoria Nacional de Campanha do candidato Dr. Fernando Dias da Costa tomou conhecimento das declarações públicas de extrema irresponsabilidade proferidas pelo Major-General Horta Inta-A, que se autoproclama Presidente da República de Transição, no decurso de uma conferência de imprensa realizada no dia 19 de dezembro de 2025.

Persistindo na sua estratégia de manipulação e na tentativa vã de legitimar um golpe de Estado criminoso, o General Horta Inta-A procurou justificar a ação dos seus autores, praticada contra a vontade soberana do povo guineense, claramente expressa nas urnas a 23 de novembro, como uma suposta medida preventiva destinada a evitar uma alegada guerra civil na Guiné-Bissau. Importa sublinhar que, numa fase inicial, os autores do golpe invocaram como principal pretexto a descoberta de um alegado depósito de armas no país, factos esses que nunca foram comprovados, apresentados à opinião pública ou comunicados às instâncias competentes.

Perante o completo descrédito dessa versão, passaram a fabricar novos argumentos, sucessivamente contraditórios, que não convencem sequer os seus próprios protagonistas, revelando o esgotamento político, moral e discursivo da tentativa de legitimação do golpe.

Acresce que a verdadeira missão do General Horta Inta-A e dos seus acólitos consiste em preparar, de forma deliberada e premeditada, o terreno para o regresso do ditador Umaro Sissoco Embaló ao poder, através de processos eleitorais artificialmente controlados, manipulados e desprovidos de qualquer credibilidade democrática. É neste enquadramento que se inserem as anunciadas revisões absurdas, ilegítimas e inaceitáveis da Constituição da República e da lei eleitoral, concebidas não para reforçar o Estado de Direito, mas para institucionalizar o golpe, normalizar a usurpação do poder e perpetuar a captura do Estado contra a vontade soberana do povo.

Neste contexto, afirmou ainda que o Presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento, Sr. Fodé Caramba Sanhá, lhe teria declarado que, caso os resultados eleitorais fossem divulgados, o país mergulharia numa guerra civil.

Num discurso errático, desprovido de lucidez e profundamente ofensivo para a inteligência coletiva, o General Horta Inta-A afirmou igualmente que jamais entregariam o país aos narcotraficantes, fingindo ignorar que o povo guineense e a comunidade internacional conhecem bem a identidade dos verdadeiros responsáveis pelas redes de narcotráfico na Guiné-Bissau, amplamente associadas ao seu mandante político, Umaro Sissoco Embaló.

Enredado numa sucessão de contradições e num exercício desesperado de autojustificação da ação militar executada a mando de um candidato derrotado nas urnas, o General Horta Inta-A, mesmo recorrendo a apresentações intermináveis em PowerPoint, não conseguiu convencer sequer a si próprio, quanto mais o povo guineense, limitando-se a produzir argumentos falaciosos, estéreis, indignos e profundamente lesivos da honra e da reputação dos verdadeiros homens das Forças Armadas nacionais, que honram a farda, a Constituição e o povo guineense.

Visivelmente desnorteado, foi ainda mais longe ao tentar, de forma irónica e desonesta, estabelecer paralelismos com golpes ocorridos noutros países, omitindo deliberadamente que, em todos esses casos, os regimes depostos foram afastados do sistema político e que os golpistas nunca se arrogaram o papel de porta-vozes do regime deposto, nem perseguiram os seus opositores.

Perante o seu discurso falacioso sobre as alegadas razões do golpe de Estado planeado e executado por Umaro Sissoco Embaló para evitar uma derrota eleitoral humilhante, a Diretoria Nacional de Campanha do Dr. Fernando Dias da Costa esclarece o seguinte:

  1. O regime de Umaro Sissoco Embaló participou, promoveu e protegeu de forma sistemática a expansão da criminalidade organizada, nomeadamente o tráfico de droga, de armas e o branqueamento de capitais. Diversas aeronaves aterraram no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira e noutros pontos do território nacional, em operações amplamente monitorizadas por agências internacionais de combate ao narcotráfico, incluindo a DEA;
  2. De acordo com denúncias de organizações não governamentais que monitorizam redes criminosas na África Ocidental, entre 2021 e 2024 aterraram naquele aeroporto pelo menos sete aeronaves transportando grandes quantidades de cocaína e armamento, sob proteção direta do ditador Umaro Sissoco Embaló;
  3. A apreensão, no dia 7 de setembro de 2024, de uma aeronave com matrícula XA-SBT, proveniente da Venezuela, transportando 2,6 toneladas de cocaína, pela Polícia Judiciária no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, com o apoio firme de agências internacionais, constitui prova inequívoca do agravamento do narcotráfico e da criminalidade organizada sob o seu regime;
  4. Desde que assumiu o poder, o regime de Umaro Sissoco Embaló transformou a Guiné-Bissau num verdadeiro paraíso para narcotraficantes. Todos os suspeitos condenados em grandes processos de apreensão de droga foram ilibados, libertados e/ou viram os seus bens, legalmente confiscados, serem-lhes devolvidos. Recordam-se, entre outros, os casos das operações Carapau e Navara, que resultaram na apreensão de mais de três toneladas de droga, cujos condenados acabaram libertados ou desapareceram misteriosamente após a ascensão deste regime;
  5. As pessoas hoje acusadas, de forma falaciosa, de terem financiado a campanha eleitoral do Dr. Fernando Dias da Costa foram as mesmas que apoiaram a candidatura de Umaro Sissoco Embaló em 2019, exerceram altas funções do Estado e integraram recentemente delegações oficiais em Nova Iorque. Onde estava então o General Horta Inta-A?
  6. A Diretoria Nacional de Campanha lamenta profundamente a posição assumida pelo Presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil, Sr. Fodé Caramba Sanhá, que, segundo o próprio General Horta Inta-A, terá afirmado que a divulgação dos resultados eleitorais conduziria a uma guerra civil. A subsequente nomeação deste dirigente e de três dos seus vice-presidentes para o Conselho Nacional de Transição constitui prova inequívoca de uma conduta desviada, incompatível com a defesa da democracia e do Estado de Direito;
  7. O assalto criminoso à Comissão Nacional de Eleições, a apreensão das atas de apuramento, a destruição dos equipamentos informáticos, as detenções arbitrárias de magistrados, as detenções ilegais de Domingos Simões Pereira, Octávio Lopes, Roberto Mbesba, Marciano Indi, entre outros cidadãos, bem como a manutenção da fotografia oficial de Umaro Sissoco Embaló nos gabinetes do Estado, constituem provas irrefutáveis do caráter fraudulento do alegado golpe. Estes factos demonstram claramente que o General Horta Inta-A e outros oficiais atuaram exclusivamente a mando de Umaro Sissoco Embaló para impedir a divulgação dos resultados eleitorais;
  8. A Diretoria Nacional de Campanha condena veementemente as declarações irresponsáveis do General Horta Inta-A, próprias de um chefe militar que ignora a missão constitucional das Forças Armadas;
  9. A Diretoria Nacional de Campanha alerta o General Horta Inta-A de que a definição do rumo político da Guiné-Bissau compete exclusivamente ao povo, através do voto, e não a um grupo restrito de oficiais corrompidos por interesses criminosos de Umaro Sissoco Embaló;
  10. A Diretoria exige do General Horta Inta-A esclarecimentos sobre a origem dos cerca de 5 milhões de euros apreendidos em Portugal num jato privado proveniente da Guiné-Bissau, envolvendo pessoas próximas e a esposa de Umaro Sissoco Embaló;
  11. A Diretoria questiona que legitimidade moral têm o General Horta Inta-A e os seus comparsas para falar de eleições viciadas, quando o processo eleitoral foi considerado livre, justo e transparente por todos os observadores internacionais;
  12. A Diretoria Nacional de Campanha distingue claramente os verdadeiros oficiais e soldados das Forças Armadas, que se mantiveram fiéis à República e afastados desta ação criminosa;
  13. A Diretoria exige a libertação imediata e incondicional de todos os cidadãos detidos ilegal e abusivamente;
  14. A Diretoria alerta a comunidade internacional para as consequências imprevisíveis da sua inação perante o assalto ao poder na Guiné-Bissau;
  15. A Diretoria manifesta, em nome do povo guineense, profunda gratidão ao Parlamento Europeu pelo debate esclarecedor e pela aprovação histórica da resolução que condenou o autogolpe e exigiu a divulgação imediata dos resultados eleitorais.

Feito em Bissau, aos 20 dias do mês de dezembro de 2025

A Diretoria Nacional de Campanha

 

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