O Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Domingos Simões Pereira, encontra-se detido desde dia 26 de Novembro último pelos militares nas instalações da 2ª Esquadra. A detenção de Domingos Simões Pereira (DSP) ‘padrinho político de Fernando Dias’ sem o levantamento da imunidade parlamentar e nem em flagrante delito, não foi justificada em nenhum momento pelos militares, mas sabe-.se que ela terá acontecido, horas depois dos tiros ocorridos em Bissau no dia 26. Para além de DSP, também estão detidos, Octávio Lopes, alto dirigente do PAIGC e Roberto Mbesba do PRS.
Apanhados de surpresa pelos tiros, Simões Pereira, o candidato, Fernando Dias e mais alguns dirigentes políticos se deslocaram para a Base Aérea para pedir a protecção das suas integridades.
No primeiro momento, terão sido acolhidos, mas depois o responsável daquela Unidade Militar terá mandado entregtá-los aos golpistas que depois os encaminharam para o Ministério do Interior onde se encontram detidos até a data presente.
No dia 1 de Dezembro, uma missão da CEDEAO chefiada pelo presidente da Serra Leoa, Julius Maada Bio esteve no país a discutir a saída da crise com o Alto Comando Militar, após a questão ter sido colocada, os golpistas prometeram libertar o presidente da ANP “após as diligências que iriam fazer”.
Três dias após a missão da CEDEAO no país, nada “se moveu” sobre a libertação dos pesos políticos. No dia 30, as esposas dos detidos apareceram em público para denunciar que, os mesmos estavam privados de visitas e alimentação, uma vez que, recusaram comer comidas entregues pelos guardas, por temerem.
No dia 2 de Dezembro, os militares voltaram a deter um deputado da nação e da CEDEAO. Trata-se de Marciano Indi que, na altura estava a caminho da Nigéria para participar na última reunião do ano do parlamento da CEDEAO.
Denominador comum em todas estas detennções é a falta de justificação e a não apresentação dos detidos a justiça. Ninguém pronunciou oficialmente sobre as detenções e o Governo remeteu-se a um silêncio total. Nos primeiros dias da detenção, houve pequenas mobilizações de protestos, mas a situação abrandou-se depois, na expectativa de que a CEDEAO pudesse encontrar uma saída para os mesmos. Apesar das pressões que estão a serem movidas por todo o mundo, a verdade é que, os militares não cedem e muito menos fizeram alguma promessa.
Nenhum detido foi apresentado ao JIC. Estratéga da reclamada vitória eleitoral de Fernando Dias, DSP é visto como uma pedra no sapato dos seuds adversários.



