quarta-feira, dezembro 17, 2025
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Líder da oposição na Guiné-Bissau recusa comer na prisão por medo de ser envenenado

Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) que está detido desde o golpe de estado na Guiné-Bissau ocorrido na última quarta-feira, recusou-se a comer ou beber até ao momento, decorridas 48 horas da sua detenção. Segundo apurou o Correio da Manhã junto de fonte próxima do líder da oposição guineense, a atitude de Simões Pereira deve-se ao receio de ser envenenado, uma prática recorrente nos últimos tempos na antiga colónia portuguesa.

CM sabe que a filha de Simões Pereira levou comida ao pai à 2.ª esquadra, no centro de Bissau, a capital guineense. No entanto, os militares no local não permitiram que fosse entregue diretamente. Perante isto, Simões Pereira recusou-se a ingerir o alimento que a filha tinha levado.

Octávio Lopes, figura destacada do PAIGC e mandatário do candidato que alegadamente terá ganho as eleições, Fernando Dias da Costa, e que igualmente está detido, seguiu o exemplo de Simões Pereira e não tocou na comida ou na água. Também este político entende que o jejum completo é a melhor forma de precaver um atentado à sua vida.

Ao início da tarde desta sexta-feira surgiu a notícia de que Simões Pereira teria recebido ordem de libertação, decretada pelo Serviço de Informação do Estado. Só que a Polícia de Intervenção Rápida presente na 2.ª esquadra revogou de imediato essa decisão, informando o líder do PAIGC que só o presidente interino, o general Horta Inta-A, pode ordenar a sua libertação.

Igualmente esta sexta-feira, o presidente deposto da Guiné-Bissau responsabilizou Portugal pelos acontecimentos recentes que levaram ao seu afastamento do poder. Numa entrevista ao canal 1 Africa TV, Umaro Sissoco Embaló acusou Portugal de ter ajudado ao golpe militar e lamenta esse comportamento hostil sempre que o seu líder se chame “Mamadou, Omar ou Ibrahim”. “Sempre que há um presidente muçulmano na Guiné-Bissau, Portugal é muito hostil”, acusou Embaló, que chegou a ser condecorado por Marcelo Rebelo de Sousa com o Grande Colar da Ordem do Infante D. Henrique.

As declarações contradizem aquela que foi a mensagem transmitida por Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente da República afirmou ter entrado em contacto com o seu homólogo guineense, que lhe disse estar bem de saúde. Marcelo garantiu ter tido uma “reação agradecida, positiva e simpática”.

Embaló, que esteve quase seis anos no poder e foi deposto na quarta-feira por um golpe militar, chegou a Dakar num avião fretado pelo Governo do Senegal na noite de quinta-feira.

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