O Terceiro dia do 8º Fórum Galien África, 30 de Outubro, foi dedicado ao Fórum das Mulheres sob o tema « Liderança feminina, motor de transformação para a igualdade de direitos e o acesso universal à saúde em África ». No seus discurso, destacou que, quando uma mulher se eleva graças à saúde, é toda a nação que avança mais forte, mais justa, mais digna.
O acto da abertura foi presidido pela primeira Dama do Senegal, Absa Faye que, no seu discurso, destacou a importância da muçlher ser dada um espaço na esfera de decisão. “Este espaço de reflexão e ação reúne mulheres notáveis, vindas da África e de outros lugares, para pensar juntas respostas corajosas, ambiciosas e duradouras que comprometam o nosso futuro coletivo. Para além dos diagnósticos, o nosso continente precisa de um impulso coletivo em torno da saúde e das mulheres”, começou por referir a Primeira Dama.
Para ela, a saúde não é um setor como outro qualquer, mas sim a base invisível de todo o progresso humano. “Quando uma sociedade decide proteger a saúde, escolhe o futuro. E quando as mulheres estão na linha da frente desta ambição, não como beneficiárias, mas como protagonistas e decisoras, então é toda a África que avança, mais longe, mais justa e mais forte”, acredita Absa Faye.
Conforme o seu discurso, o mundo actual celebra a ciência e a inovação médica, mas celebra também a força, a visão transformadora da liderança feminina. “Porque quando as mulheres se comprometem, elas deslocam os limites do possível. Elas mudam o nosso destino, mas também o da sua família, da sua comunidade e frequentemente de toda a sua nação. Em África, as mulheres estão no coração da saúde. Elas são as primeiras cuidadoras, as guardiãs silenciosas do bem-estar familiar e comunitário. Nas maternidades, nos centros de saúde, nas aldeias ou nas grandes cidades, elas estão presentes, activas e resilientes. Mas ainda com demasiada frequência, estão ausentes dos locais onde se decidem as grandes orientações”, apontou.

“O nosso continente já não pode avançar deixando de lado metade do seu génio, da sua energia e da sua força vital”
Com um discurso várias vezes interrompido por aplausos, Absa Faye manteve sempre o foco naquele que, a seu ver, deve ser o papel da mulher. “A liderança feminina é uma exigência vital para construir sistemas de saúde mais resilientes, mais humanos e mais justos. Esta exigência insere-se, aliás, numa visão universal que partilhamos, a dos objetivos de desenvolvimento sustentável. O objetivo de desenvolvimento sustentável número 3 compromete-se a garantir saúde e bem-estar para todos, em todas as idades. O objetivo de desenvolvimento sustentável 5 apela à igualdade de género. Estes objetivos não são apenas textos emitidos. São promessas feitas a vidas humanas, promessas feitas a essas mulheres que caminham quilómetros para consultar uma parteira, a essas jovens que sonham em vestir a bata branca da medicina, a essas mães que suportam frequentemente, em silêncio, o peso de um mundo que continuam a acreditar ser possível”, sublinhou.
Faye defende que, a igualdade de direitos e o acesso universal à saúde não são ideais distantes.Como disse, são condições inegociáveis para construir uma África mais forte, mais solidária e mais soberana. “O nosso continente já não pode avançar deixando de lado metade do seu génio, da sua energia e da sua força vital.Precisamos de uma liderança partilhada, mulheres e homens lado a lado, para que os nossos filhos, as nossas irmãs, as nossas mães tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade”, defendeu a Primeira Dama.
Por isso, como primeira-dama, mas também como mulher africana, Absa Faye promete o seu apoio com convicção esta verdade sagrada e poderosa. “Quando uma sociedade investe na saúde, está a construir os alicerces do seu futuro.Quando uma comunidade coloca a saúde no centro das suas prioridades, ela reduz as desigualdades e reforça a sua coesão. Quando uma mulher tem acesso à saúde, ganha a liberdade de escolher, de agir e de construir. E, finalmente, quando uma mulher se eleva graças à saúde, é toda a nação que avança mais forte, mais justa, mais digna”, frisou.

“Devemos levantar uma a uma as barreiras visíveis e invisíveis que travam o seu ímpeto”
Ela que reiteradas vezes defende a casa feminina, assegura que, o mundo tem o dever de apoiar aquelas que inundam, encorajar aquelas que cuidam, valorizar aquelas que constroem e amplificar a voz daquelas que promovem a mudança. “Devemos levantar uma a uma as barreiras visíveis e invisíveis que travam o seu ímpeto. A todas as mulheres presentes hoje, digo: a vossa voz é uma bússola, a vossa experiência uma força, a vossa liderança uma promessa viva para o futuro. E aos nossos parceiros, digo: apoiar a liderança feminina para o desenvolvimento da saúde não é apenas simbólico, é também estratégico, porque visionário, é uma aposta no futuro, uma maneira de contribuir para uma transformação profunda e duradoura”, precisou.
Faye quer que, os intercâmbios do fórum, estejam à altura dos desafios, fortes, ambiciosos e frutíferos. “Que este momento se torne o local de convergência de ideias e energias, um espaço onde o compromisso se transforme em ação concreta.
Juntos, façamos da saúde o motor de uma transformação profunda para uma África onde o acesso a cuidados de qualidade deixe de ser um privilégio e se torne um sopro vital para cada pessoa. Um direito irrevogável de viver com saúde”, concluiu.
 “Quando a África acredita nas suas filhas, torna-se soberana”
“Quando a África acredita nas suas filhas, torna-se soberana”
Por sua vez, a professora  Awa Marie Coll Seck, presidente do Fórum Galien África considerou a presença da Primeira Dama do Senegal como,  como uma honra a todas as mulheres de África. “O seu compromisso constante com a saúde, o bem-estar e o empoderamento das mulheres é a prova da convicção de que o progresso social começa com elas e irradia através delas. A sua deslocação pessoal para abrir este fórum de mulheres é um gesto que nos toca profundamente”, enalteceu.
Segundo a presidente, este não é um gesto protocolar, é um sinal forte, um ato de fé no potencial da liderança feminina e um apelo a construirmos juntos esta marcha em direção à soberania sanitária africana.
“O tema deste ano, soberania sanitária, um imperativo para África, ganha aqui todo o seu sentido. Pois não há soberania sanitária sem uma liderança feminina forte, ousada e visionária. As mulheres são frequentemente as primeiras a prever a crise, as primeiras a cuidar, as primeiras a inovar, as primeiras a mobilizar as comunidades. Elas constroem a confiança, esse recurso invisível mas essencial a qualquer sistema de saúde sustentável. Investir na liderança feminina é investir na prevenção, na reunião e na transformação. É dar a África os meios da sua própria força”, considerou.
Awa Marie Cool Seck apelou à ação para que as mulheres deixem de ser apenas convidadas para a mesa, mesmo que seja uma mesa de decisão, e passem a ser co-criadoras, estrategas, mas também arquitetas. “É isso o desenvolvimento sustentável Que as jovens vejam no rosto das nossas laureadas, não exceções, mas modelos acessíveis e inspiradores. E que as nossas instituições públicas e privadas façam da igualdade, da inclusão e da liderança feminina prioridades no cerne das suas estratégias de saúde e desenvolvimento”, desafiou a presidente de Galien África.
Dirigindo-se às mulheres, Cool Seck enfatizou que, o percurso inspira, envolve e responsabiliza. “Vocês são os rostos de uma África que cuida, que inova, que espera e que avança. Vocês são a prova viva de que a soberania sanitária se constrói todos os dias através da competência, da coragem e da compaixão. Gostaria de vos felicitar em nome de toda a família Galien África. Concluirei partilhando apenas esta convicção: quando a abordagem de género domina, a saúde triunfa. Quando a África acredita nas suas filhas, torna-se soberana”, finalizou.



 
                                    