A Assembleia do Povo Unido, Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) vive os piores momentos da sua curta história. A recente decisão tomada pelo seu Presidente, Nuno Gomes Nabian, de renunciar a concorrência à Presidência da República e desistir da candidatura nas legislativas, sem passar pelos órgãos do partido, está a ter efeitos catastróficos na necessária união dos seus militantes. Grosso dos altos dirigentes da APU-PDGB já manifestaram o desagrado ao próprio Nuno Nabian numa reunião restrita convocada para pedir explicações sobre as motivações e vantagens que a decisão tem para o partido no seu todo.
Na referida reunião, segundo apurou o UH, Nuno Nabian não só não apresentou qualquer contrapartida para a integrar na Plataforma Republicana ‘Nô kumpu Guiné’, como prometeu que, vai continuar a negociar com o Presidente cessante, Umaro Sissoco Embaló e a Coordenação da Plataforma, tendo igualmente prometido que, qualquer ganho conseguido, será revertido para o partido.
Sabe o Jornal Última Hora que, os dirigentes que confrontaram Nuno Nabian, não só, não saíram convencidos do encontro, como recordaram que, em 2023, Umaro Sissoco Embaló, como revelou o próprio, alocou mundos de fundos à APU-PDGB e seu presidente nas legislativas deste ano, mas ninguém viu o referido dinheiro. “Nenhum candidato a deputado recebeu algum apoio de Nuno Nabian”, revelou a nossa fonte. Tal significa, segundo estes dirigentes, na eventualidade de Umaro Sissoco Embaló e Plataforma darem algo, o partido não vai beneficiar e muito menos outro dirigente.
Mas a revolta dos apuanos não se resume apenas na desistência de Nuno Nabian ou na retirada do nome do partido nas formações políticas concorrentes do pleito de 23 de Novembro próximo.
Outro facto irritante e que revoltou foi a sua integração, da esposa e de mais três dirigentes nas listas de candidatos a deputado da Plataforma Republicana ‘Nô kumpu Guiné’, deixando os restantes dirigentes e militantes em banho-maria. “Será que valia a pena renunciarmos API-Cabaz Garandi”, questionou a nossa fonte.
Dados apresentados pelos dirigentes descontentes, dão conta que, apenas cinco elementos da APU integram a lista da coligação Plataforma Republicana, como candidatos a deputado nomeadamente, Nuno nabian, a esposa, o Secretário Nacional, Caustar Dafá e Cristiano Na Bitan. Fala-se ainda de uma sexta figura, cujo nome não se identificou na altura, mas outras informasções dão conta que, a pessoa em causa, por discordar com Nuno Nabian, decidiu não integrar.
Qual a solução?
Sendo Nuno Nabian um reincidente no abandono aos barcos, os dirigentes descontentes recorreram ao histórico para mostrar o caminho mais próximo. Recordaram que, em 2019, quando assumiuj aquela atitude em relação ao apoio, outros dirigentes deciodiram simplesmente regressar aos partidos de origem e na altura quem mais foi beneficiado, foi o PAIGC. “É rigorossamente, o que voltará a acontecer. A maioria de dirigentes da APU-PDGB são ex-militantes do PRS. A partir desta sua decisão, onde mostra qude o partido é seu pode fazer o que bem lhe apetece, só nos resta regressar ao nosso partido”, comentou ao UH, um dirigente revoltado.
Para já a convocação do Conselho Nacional para indagar ao Presidente da APU sobre a sua atitude, parece ser um cenário fora de hipótese, por dois motivos. A primeira é não existir qualquer esperança em como, as explicações que possam advir, sejam convicentes. A segunda é, evitar uma tentativa do próprio Nuno Nabian ensaiar apelo de apoio à alguns deles.
A Comissão Política de hoje (14) será dominada pelos fiéis de Nuno nabian no partido, mas sobretudo aqueles que decidiram acompanhá-lo em mais esta empreitada.
Sabino Santos